João Rodrigues marcou o primeiro golo e ofereceu mais quatro
Campo da Mata, Caldas da Rainha
Árbitro: Gonçalo Nunes, Assistentes: Marco Silva e Paulo Avó, AF Coimbra.
CALDAS 3
Luís Paulo [3]; Juvenal [3], Rui Almeida [3] (C), Militão [3], Diogo Clemente [3]; Paulo Inácio [4], André Santos [4] e Marcelo [3] (Tonicha [1] 81’); Farinha [3] (Cruz [1] 88’), João Rodrigues [4] e Januário [3] (Cascão [3] 67’)
Não utilizados: Natalino, Garcia, Vítor Rodrigues, Sabino
Treinador: José Vala
GAFETENSE 1
Junior, Miguel Silva, Igor (C), Yuran, Elton, Vladimir, Diogo (Ivo 62’), David, Soares, Fred, Mark Hluszkiw (Carlos Augusto 70’)
Não utilizados: Vítor, Cláudio
Treinador: João Vitorino
Ao intervalo: 1-1
Marcadores: João Rodrigues (21’), Fred (42’), Farinha (59’) e Cascão (80’)
Disciplina: Amarelo a Diogo (28’), Vladimir (31’), Fred (55’), Elton (76’) e Igor (84’)
- publicidade -
Uma vitória com o Gafetense que valeu mais que apenas três pontos para o Caldas. Significou o quebrar da barreira psicológica das três vitórias seguidas – que os alvinegros já tinham falhado três vezes – e garantiu que o Caldas emparelha com os quatro últimos da Série E.
O primeiro grande teste para o Caldas era perceber o quanto iria afectar a equipa a pressão de encadear uma terceira vitória. Os pelicanos já tinham estado três vezes nessa posição e falharam, uma delas precisamente contra o Gafetense e com uma posição vantajosa ao intervalo. Desta vez havia, porém, a vantagem do factor casa. O Caldas arrancou bem a partida, com João Rodrigues a mostrar trabalho e a colocar primeiro Marcelo e depois Januário em boas condições para fazer golo. O Gafetense, contudo, mantinha a postura de combatividade revelada no encontro da primeira volta e respondeu bem. Juvenal foi guarda-costas de Luís Paulo ao minuto 17 e evitou o golo de Fred.
O jogo estava vivo, oportunidades nas duas balizas, mas foi o Caldas a chegar à vantagem. Jogada de Clemente à linha de fundo, muito bom o cruzamento para (mais) um golo de cabeça de João Rodrigues a impressionar pelo poder de elevação.
O Gafetense não se rendeu e o Caldas teve dificuldades para estancar um crescimento progressivo da equipa do Alto Alentejo, que lance após lance se foi aproximando cada vez mais do golo. O Caldas procurou aguentar a vantagem até ao intervalo, mas o golo acabou por aparecer. Centro de Soares, Juvenal novamente no caminho da bola mas desta vez o corte ficou curto e Fred marcou na recarga.
Mais que um balde de água fria, era um verdadeiro teste à força anímica dos caldenses para a segunda parte. E a verdade é que a resposta não podia ter sido melhor.
Se na primeira parte os alvinegros tiveram dificuldades para estancar na zona intermédia o jogo dos alentejanos, na segunda parte não lhes deram oportunidades para ligar o jogo até à zona de ataque. E se a equipa de José Vala não foi exuberante a nível ofensivo, o mesmo não se pode dizer quanto à eficácia, inclusivamente nos lances de bola parada. É um livre lateral cobrado por André Santos que à hora de jogo devolve a vantagem ao Caldas, por um Farinha que se apresentou de gatilho solto.
O Gafetense só num canto cheirou o perigo, Vladimir de cabeça para uma defesa fácil de Luís Paulo. Já o Caldas fez mais um golo, numa excelente combinação de Cascão e Marcelo à esquerda que deu ao primeiro a estreia a marcar com a camisola do Caldas. E podia ter feito pelo menos mais três, numa ressaca de André Santos, num livres estudado com Juvenal a finalizar, e a fechar por Cruz, servido com mestria por João Rodrigues. Mas todos os remates saíram ao lado.
Nota ainda para a estreia de Edgar Garcia na ficha de jogo. Está de volta o médio que capitaneou os juniores na época passada depois de um ano de calvário por castigo.
Adversários (quase) conhecidos
O Caldas garantiu, com esta vitória, que fica nos seis primeiros lugares da Série F, o que significa que já sabe que na segunda fase vai esgrimir-se pela manutenção com as quatro últimas da Série E, que já são conhecidas: Sernache, Oleiros, Carapinheirense (de Montemor-o-Velho) e Naval 1º de Maio. Da Série F os alvinegros também já sabem que vão defrontar o Alcanenense. Falta apurar quem será o terceiro classificado – entre Praiense, Mafra e Torreense – e o sexto classificado – entre Vilafranquense, Gafetense e Lusitânia.
Recorde-se que nesta época a FPF decidiu misturar as equipas para a segunda fase e reduzir a pontuação obtida na primeira fase de 50% para 25%, para aumentar o interesse competitivo. Por exemplo o Caldas pode somar no máximo 31 pontos e vai partir para a fase decisiva com entre 5 e 8 pontos. A Naval, que somou até à data dois pontos, vai partir com entre 0 e 2.
MELHOR DO CALDAS
João Rodrigues
João Rodrigues 4
Num jogo de grande altruísmo, trabalhou que se fartou e ofereceu golos a Marcelo, Januário, André Santos e André Cruz. Curiosamente nenhum marcou, mas marcou ele próprio um golo em que não sabemos se é mais impressionante a velocidade de deslocação, o golpe de cabeça, a impulsão, ou conseguir fazer tudo isto ao mesmo tempo!
André Santos
André Santos, jogador do Caldas
Importante é ganhar
Estamos na fase final em que o mais importante que jogar bem é ganhar e pontuar. O segundo objectivo era ficar nos seis primeiros, já garantimos. Temos mais dois jogos para dar o nosso melhor e tentar ganhar. Entrámos bem no jogo, fizemos o golo, depois caímos um bocado e sofremos o empate, mas tivemos sempre a segunda parte controlada, sabíamos que íamos fazer o 2-1 e depois resolvemos o jogo com eles à procura do empate. A nível individual não me posso queixar, tenho sentido a confiança do treinador, o que é importante, e tenho tentado fazer o meu melhor. José Vala, treinador do Caldas
Melhor fase da época
Entrámos bem, até ao nosso golo estávamos organizados e com mobilidade na frente. Depois do golo até ao intervalo o Gafetense foi melhor e empatou com justiça. Na segunda parte acertámos algumas coisas, dominámos e com justiça chegámos ao 3-1. Quem entrou, entrou bem, deu dinâmica que estava a faltar. Temos dois jogos para virar com mais dois pontos, é um campeonato extremamente injusto, não premeia a regularidade e podem aparecer equipas com poucos pontos mas com outro nível na segunda fase. Falámos que era importante fazer a terceira vitória, sentimos que estamos provavelmente na melhor fase da época.
João Vitorino, treinador do Gafetense
Repartido
Foi um jogo repartido, tivemos três erros que não se podem cometer contra equipas destas e custou-nos o resultado, a juventude e a inexperiência fazem isso.