Caldas deu pontapé na crise com vitória sobre o… Vitória

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Foto: FPF

André Perre e João Tarzan marcaram para o Caldas, Rodrigo Pereira reduziu para os sadinos

O Caldas regressou aos triunfos após sete jogos sem ganhar ao vencer o Vitória de Setúbal (2-1), numa partida em que André Perre fez um golo “olímpico” e João Tarzan voltou a marcar, após nove partidas em branco.

José Vala baralhou o “xadrez” para procurar estancar a série negativa de sete jogos sem vencer. Sem Rui Rodrigues nem Leandro Borges, ambos com problemas físicos, mas com o brasileiro Mateus Lima ex-Condeixa a estrear-se na defesa e André Santos a voltar ao onze inicial ao fim de 10 jogos. O técnico baralhou ainda as peças na frente de ataque, com João Tarzan a jogar a partir do corredor esquerdo, com Marcelo Marquês a assumir a posição 9, para dar uma referência ao Caldas entre os centrais adversários. Além disso, a dinâmica imposta por Januário e João Silva nos corredores permitia ao Caldas atacar com mais gente, obrigando um Vitória de Setúbal, que procurava assumir maior iniciativa de jogo, a maior contensão na forma como subia as suas linhas.

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Ao minuto 11, o Caldas dava uma verdadeira sacudidela na partida, capitalizando a maior ambição ofensiva face aos anteriores encontros. Foi uma transição rápida, com André Perre a receber a bola e a disparar de muito longe, percebendo o adiantamento de João Valido. O guardião ainda procurou recuperar a posição na baliza, mas a colocação do remate tornou infrutífero o esforço do guardião.

Estava lançado o mote. O Caldas, bem organizado em termos defensivos, obrigava o Vitória a procurar as faixas laterais, onde era facilmente encurralado. E as saídas do Caldas acabaram por levar mais perigo, com André Perre, verdadeiramente endiabrado, a tentar mais duas vezes a sorte com remates de longe, ambos a ficar muito perto de aumentar a vantagem alvinegra.

A meia distância voltava a funcionar na segunda parte, com João Silva a visar o alvo com um remate cruzado da esquerda, que também não passou muito longe.

Sem ver a sua equipa capaz de criar problemas a Luís Paulo, Pedro Gandaio foi o primeiro a mexer a partir do banco, e logo com dupla alteração. Mas seria o Caldas a chegar ao golo da tranquilidade. Januário combinou com Marcelo Marquês, este cruzou com grande qualidade para a cabeça de João Tarzan, João Valido travou o remate, mas a bola sobrou novamente para o avançado, que na recarga pôs fim a um jejum de nove jogos sem marcar.

Pedro Gandaio voltou a mexer e, pese embora o Vitória se tenha aproximado a espaços da baliza do Caldas, não estava a ser capaz de colocar Luís Paulo à prova, enquanto o Caldas se mantinha ativo na frente.

Só mesmo já em tempo de compensação o Vitória conseguiu ficar em situação de finalização e reduziu mesmo, por Rodrigo Pereira. Com cinco minutos ainda por jogar, o Caldas não tremeu e até desperdiçou, por Farinha, ocasião para voltar aos dois golos de vantagem.

Uma vitória importante para o Caldas, que fica apenas marcada negativamente pela lesão de Ivo Nabais, que esta temporada já enfrentou algum tempo de paragem devido a uma fratura.

“Penso que a minha estreia foi boa, toda a equipa esteve bem e foi uma vitória importante. Agora é dar continuidade. Desde o meu primeiro dia toda a gente me recebeu bem, sinto-me parte da família. Jogar aqui é maravilhoso. Foi um jogo de muita luta, o que só valorizou mais a nossa vitória. O Ivo saiu do jogo lesionado, espero que não seja nada de grave, é uma pessoa muito querida no grupo.”

Mateus Lima, jogador do Caldas

 

“Acima de tudo foi um grande jogo, com duas equipas a querer ganhar. Com essa concentração e vontade de ganhar, fizemos um bom jogo e merecemos a vitória. Não digo que tivéssemos uma grande superioridade sobre o Vitória, mas fomos sempre muito competitivos e por isso merecemos.
Tivemos que tirar o João [Tarzan] da posição de ponta para ele sentir mais o jogo e ter mais confiança. Já na época da Taça, quando tínhamos o Pedro Emanuel, o João jogava dessa maneira. Alterámos também um pouco a nossa estrutura defensiva para uma linha de quatro, com o Militão mais encostado à direita, para termos o Januário mais na frente na recuperação da bola. Foi uma análise que fizemos, estávamos com uma excelente organização defensiva, mas quando recuperávamos a bola tínhamos que ir sempre para ataque organizado porque não tínhamos gente suficiente na frente para o ataque rápido. Corremos mais riscos atrás, mas foi assumido, deu-nos mais presença na frente.
A mágoa deste jogo é a lesão do Ivo. É um jovem que tem tido muito azar, com lesões graves que não têm permitido ter a evolução de acordo com o potencial que tem.”

José Vala, treinador do Caldas

 

“Entrámos bem no jogo, com bola, mas apáticos na reação à perda. Sofremos um golo porque, na primeira fase de construção nossa, perdemos a bola e o André Perre fez um grande golo. Ao intervalo dissemos que tínhamos que ser mais pressionantes e ter outra reação. Melhorámos e, não tirando mérito ao Caldas, parece-me que há um penalti claro.
Estamos na luta, estamos dentro dos primeiros quatro primeiros, nesta fase é o que nos interessa e acredito cegamente na nossa equipa.”

Pedro Gandaio

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