O Caldas esteve em desvantagem na Sertã mas o empate deixou margem para a linha de água nos mesmos seis pontos. Caldenses estão em posição segura, mas ainda em alerta.
O Caldas mantém-se invencível na segunda volta e, embora não tenha ganho no terreno do Sertanense, conseguiu manter uma posição que é suficientemente confortável, a sete pontos do sexto classificado e com seis sobre a linha de água.
Este era um jogo que nenhum dos conjuntos podia encarar de ânimo leve, porque o seu desfecho teria consequências directas nesta grande luta pela manutenção.
O Sertanense, que em Sintra tinha findado uma série de 18 jogos sem ganhar, queria lançar-se numa série de vitórias e encurtar distâncias para a equipa caldense. Em caso de vitória, a equipa da Sertã ficaria a curtos três pontos dos pelicanos. O Caldas, por motivos que não são difíceis de entender, tinha ideias diferentes.
O que estava em jogo fez com que ambas as equipas fossem em busca da vitória, mas com grande atenção em não dar vantagem estratégica ao adversário. O resultado foi um duelo muito aguerrido pela zona central do terreno, com as equipas a actuarem em blocos muito curtos, o que fazia com que houvesse sempre muitos jogadores na zona onde estava a bola.
Com pouco espaço para construir jogo, as oportunidades de golo ficavam a depender de um rasgo, de um erro ou de lances de bola parada.
O Caldas foi o primeiro a estar perto do golo. Numa recuperação do Caldas a meio campo, Leandro isolou Silveira – que substituiu no 11 Hugo Neto, que se lesionou no aquecimento –, mas à saída do guardião, o avançado colocou o chapéu ao lado.
O Sertanense respondeu por Sunday, que após uma perda de bola de Militão tentou o chapéu a Luís Paulo, com o mesmo desfecho.
Mas o possante avançado nigeriano, que deu sempre muito que fazer à defensiva caldense, acabou por adiantar os sertaginenses à beira do intervalo. O rasgo foi de Tiago Batista, pela direita do ataque, o centro foi muito bem colocado, Sunday bateu Militão nas alturas e colocou a bola junto ao poste.
O Sertanense saía para o intervalo a ganhar, o Caldas respondeu da melhor forma a abrir a segunda parte. Farinha furou pela direita e conquistou pontapé de canto. Bernardo colocou ao segundo poste e Leandro, de cabeça, fez o empate.
O Sertanense procurou crescer no ataque e acercou-se da área caldense, num cerco do qual o Caldas se defendeu sempre bem. E os pelicanos responderam com velocidade nas transições e tiveram nos pés de Ednilson o melhor lance para desfazer o empate, faltou ao extremo confiança na finalização depois de um passe fantástico de Simões, ao minuto 68.
Na próxima jornada a luta continua com a recepção ao Alverca, que promete ser um jogo bastante interessante. É que, contando apenas os jogos da segunda volta, o Alverca seria líder e o Caldas estaria em quarto. Estas são também duas das três equipas que ainda não perderam na segunda volta, em conjunto com o Benfica e Castelo Branco.
MELHOR DO CALDAS
SIMÕES 3
Com Leandro no lugar de André Santos voltou a recuar no terreno, passando a ter um papel mais importante na organização estrutural da equipa. Nem por isso deixou de ter papel importante na definição de jogo ofensivo e, com mais um passe magistral, ofereceu a Ednilson um lance que poderia ter dado a vitória ao Caldas.
GAIO, JOGADOR DO CALDAS
Marcar e gerir
Estávamos perante um adversário difícil que vinha de um bom resultado, infelizmente fomos apanhados em contrapé com um golo que não estávamos à espera. Conseguimos o empate e depois foi gerir o resultado. É uma equipa complicada de se jogar, tem um ponta-de-lança que é um “bicho”, é muito difícil marcá-lo, mas conseguimos e demos a volta por cima. Faço o máximo para ajudar os meus colegas, depois quem joga cabe ao mister decidir.
JOSÉ VALA, TREINADOR DO CALDAS
Fomos heróis
Foi um jogo muito difícil. A primeira parte foi enganadora, parecia um jogo controlado mas as duas equipas estavam à espera do erro do adversário. A melhor oportunidade foi nossa, pelo Rafael Silveira, depois o Sertanense teve mérito de chegar ao golo. No intervalo fizemos ver que este jogo adormecido não nos estava a favorecer, já não tínhamos margem de erro. Entrámos bem, chegamos ao golo. O Sertanense carregou, muita bola parada, mas fomos heróis no processo defensivo. É um ponto saboroso, que nos mantém à mesma distância. Estamos mais perto, mas ainda falta muito.
TITO JUNIOR, JOGADOR DO SERTANENSE
Um detalhe
Fomos ganhar a Sintra e queríamos o mesmo neste jogo, mas o futebol são detalhes e num detalhe sofremos o golo do empate. Queríamos mais e vamos trabalhar para o conseguir no próximo jogo. Quando ganhamos um jogo e não conseguimos dar sequência é sempre um passo atrás, mas a equipa não desmotiva, sabemos o nosso objectivo e não vamos baixar a cabeça. null































