Este podia bem ser o título do “remake” do filme da Covilhã, com um guião melhorado
Quem não conhece aquela graçola que se diz quando um filme passa uma e outra vez, mas parece que os intérpretes não aprendem e caem sempre no mesmo erro? Não seria bom se, nalgum remake, a história mudasse, para variar? Poderíamos fazer essa mesma analogia ao jogo do Caldas na Tapadinha. Até ao intervalo, o filme parecia estar a ter um guião muito parecido com o do jogo na Covilhã. Mas, depois do intervalo, o protagonista aprendeu com erros e a sequela teve um final bem diferente, com os pelicanos a sorrirem no regresso às vitórias.
As parecenças não se resumiam ao resultado ao intervalo (0-2). A vantagem do Caldas ao final dos primeiros 45 minutos resultava da resistência a uma entrada forte do Atlético, que obrigou Wilson a duas defesas atentas.
O Atlético procurava tirar partido da pressão exercida sobre o meio campo do Caldas, onde encontrava algumas debilidades, mas só de longe conseguiam visar a baliza.
Quando os pelicanos passavam essa zona de maior pressão, começavam a demonstrar capacidade para chegar perto da baliza de Francisco Lemos. E quando a chegada foi mais efetiva, a capacidade ofensiva do Caldas demonstrou ser superior à do Atlético.
O primeiro golo, ao minuto 41 (ver caixa acima), desbloqueou a partida para o Caldas e a vantagem foi sublinhada dois minutos depois. Novamente alguma passividade do Atlético, cuja capacidade para pressionar sem bola era claramente mais forte na zona ofensiva, Edu serviu João Tarzan na linha de fundo e este fez o resto, numa ginga em plena área enganou quem lhe apareceu ao caminho e bateu Francisco Lemos com um remate forte ao primeiro poste.
Quem ainda se lembrava do filme da Covilhã (quem não?), não podia deixar de estar com um friozinho na barriga. Mas a segunda parte do Caldas foi perfeita. Os pelicanos deram a bola ao Atlético, deixando os lisboetas trocarem a bola na primeira fase de construção, mas pressionando a segunda fase com intensidade, sem medo de meter o pé e até de fazer faltas, longe da baliza. Nesta atitude pujante, o Caldas não deixou o Atlético entrar com critério no último terço do terreno e foi autoritário a defender as bolas paradas. E quando tudo isso falhou, estava lá Wilson a impedir o golo (aos 87’ deteve o remate de Fábio Pala) e a garantir o final feliz. ■































