Antónia Correia foi eleita a primeira mulher presidente do Sp. Caldas

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Antónia Correia ladeada por Sandra Correia e Joana Machado. Do quarteto feminino da Direção, falta na foto Sara Correia

Dirigente quer um clube de liderança  aberta e com melhor imagem junto da sociedade caldense

Antónia Correia é a nova presidente da Direção do Sporting Clube das Caldas, a primeira mulher a assumir o cargo na centenária história do clube, liderando uma equipa, na maioria, com presença feminina.
A dirigente já integrava a direção que cessou funções após a demissão de Luís André Filipe – que fez cair o órgão -, na qual fazia o elo de ligação com a equipa sénior feminina. E a ligação com o clube remonta a 2009, quando a filha, Sara Correia, ali começou a jogar voleibol. Com o vazio diretivo, o presidente da Mesa da Assembleia Geral, Filipe Mateus, desafiou Antónia Correia e Joana Machado, também atletas na equipa de voleibol de veteranas, a formar uma direção maioritariamente feminina. À equipa juntaram-se Sandra Correia e a filha de Antónia Correia, Sara, num elenco que tem apenas um elemento masculino, o vice-presidente António Ferreira, que também transita da equipa anterior.
Ser a primeira mulher presidente é simbólico e Antónia Correia sabe que o seu nome vai ficar para a história do clube, mas a dirigente vê isso como algo natural. E apesar de ficar no topo da hierarquia do clube, recusa protagonismo.
“Tem de haver a figura de presidente, mas não vamos funcionar assim. Somos uma direção e decidiremos tudo em conjunto”, sublinha.
Ainda sem ter tomado formalmente posse, o que Antónia Correia tem é o sentido de responsabilidade por liderar “uma instituição com a grandeza do Sporting das Caldas”.
Chegando com a temporada a decorrer, o objetivo da direção é garantir o bom funcionamento do clube, em continuidade com o que foi feito no mandato de Filipe Mateus. Antónia Correia quer um clube o mais democrático possível e, além dos atuais 5 elementos da direção, quer ter mais gente a trabalhar consigo. “Já cooptámos mais duas pessoas, das seniores femininas, e queremos ter mais gente a trabalhar connosco, porque o clube exige muito trabalho”, conta. Os atuais elementos da direção já garantem a operacionalidade, nas áreas desportivas e financeira, “mas precisamos de pessoas para ajudar com a comunicação e redes sociais e para outras áreas”, adianta. Além disso, Antónia Correia quer os pais dos atletas com um papel mais ativo no clube. “Já são muito importantes no apoio que dão às equipas, e queremos incluí-los, não obrigatoriamente fazendo parte da direção, mas a estando presentes e dando opiniões”, acrescenta.
No plano desportivo, manter a equipa sénior masculina na 1ª Divisão é visto como importante para o clube e, apesar do início de época não ter corrido da melhor forma, a presidente acredita que o objetivo será atingido. “Estamos a fazer tudo, os atletas fazem treinos incríveis e já se vê outra atitude em campo, ainda no último jogo com o Castêlo da Maia”, afirma a presidente.
Na formação, o clube teve um grande incremento de atletas e está próximo de abranger todos os escalões. Nesse campo, vão “tentar fazer mais propaganda nas escolas”, diz Antónia Correia, de forma a consolidar o projeto desportivo do voleibol, mas também ao nível de novas modalidades, como já sucede com o hóquei em campo e com o minibasquetebol.
No campo financeiro, Antónia Correia diz que ainda não teve tempo de se inteirar totalmente do estado do clube, mas a informação que tem é que a situação é estável e que o clube ultrapassou as dificuldades que nos últimos anos para manter as contas em dia.
Nesse campo, a nova Direção quer reforçar a receita com mais patrocínios e, para isso, é preciso que o clube “se mostre mais à sociedade”, mas também “que se limpe a imagem de ter sido no passado um clube com dificuldades em cumprir com as pessoas”, o que Antónia Correia acredita que a sua equipa vai conseguir. ■

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