À terceira não foi de vez

Não foi à terceira que o Caldas ganhou ao Sernache, mas esta foi a vez que isso esteve mais perto de acontecer. Nuno Januário e Ricky saíram do banco para pôr o Caldas a ganhar, mas um golo sofrido na melhor fase dos alvinegros ditou a divisão de pontos.
As duas equipas alinharam em sistemas idênticos e entraram com posturas muito idênticas. Do lado do Caldas, André Santos e Paulo Inácio eram responsáveis por um meio campo muito pressionante, estratégia replicada do outro lado por Pedro Barros e Samuel. O choque dava-se algures na linha do meio campo e ambos os conjuntos destacavam vários elementos para apoiar essa linha de pressão. O jogo ficava muito amarrado ali e mesmo com espaço para explorar nas zonas onde a bola não estava, ninguém o explorou de forma muito afincada nestes primeiros 45 minutos.
No entanto, desta batalha foi prevalecendo a equipa da terra berço do maior génio militar português, Nuno Álvares Pereira. Foram cinco lances de perigo no primeiro tempo, que destacaram o trabalho do guarda-redes João Guerra e do central Militão.
Bem diferente foi a segunda parte. O Caldas regressou mais solto e com muito mais dinâmica pelos flancos, fugindo à zona de choque. Esquerda em evidência, pelas investidas de Danny Rafael, mas também porque André Santos e Tiago Esgaio tentaram diversas vezes desequilibrar por esse lado. Num desses lances, com Tiago Esgaio a centrar da esquerda e João Rodrigues travado por um defesa. Fernando adivinhou o remate de André Santos e defendeu o penálti, com a ajuda do poste. O Caldas insistiu e marcou. Nuno Januário e Ricky, lançados por Ricardo Moura, foram os autores, com o primeiro a assistir da linha de fundo e Ricky a finalizar em rotação, depois de receber de costas para a baliza.
O Sernache só respondia de contra-ataque e empatou, num lance que o Caldas podia ter defendido melhor. Danny Esteves e Pedro Barros tiveram espaço para tudo.
O Caldas ainda tentou os três pontos. Ricky tentou repetir o lance do primeiro golo, mas Fernando defendeu, tal como o remate de João Rodrigues no último lance do jogo.

MELHOR DO CALDAS

Ricky 4
Tem entrado aos poucos e ainda não tinha mostrado muito, mas acabou por ser um jogador importante na partida. Marcou um belo golo e só não marcou outro igual porque o guarda-redes Fernando não o deixou.

André Santos, jogador do Caldas
Oportunidades suficientes

Foi um jogo equilibrado em termos globais, mas penso que tivemos sempre o jogo controlado. Na segunda um jogo mais partido, com mais oportunidades. Trocámos a bola, fizemos o que o mister nos pede, se calhar podíamos ter arriscado um pouco mais, mas o campo não dava para arriscar muito, a bola estava sempre aos saltos. Não ganhámos, tivemos oportunidades para isso, mas mantemos o primeiro lugar. Não sofríamos golos há algum tempo, num lance em que fomos apanhados desprevenidos, foi pena não termos concretizado mais. Costumo bater [os penáltis] para aquele lado o guarda-redes adivinhou, teve mérito mas também tenho que fazer melhor.

Ricardo Moura, treinador do Caldas
Custa aceitar
Custa-nos um pouco aceitar este empate porque fizemos um jogo muito interessante. Na primeira parte um jogo mais dividido, mas na segunda parte tivemos muita qualidade, fizemos o golo, tivemos oportunidade para fazer mais, não conseguimos e num contra-ataque consentido por nós o Sernache fez o empate. Não estou contente com o resultado, mas estou com os processos e com a atitude.

António Joaquim, treinador do Sernache
O Caldas tem outros argumentos
Foi um jogo muito bem disputado e muito bem jogado. O Caldas é uma equipa que não foi feita para estar a jogar esta fase, tem outros argumentos que mostrou aqui. Entrámos bem no jogo, nos primeiros 10 minutos tivemos duas situações que o guarda-redes defendeu por instinto. Na segunda parte o Caldas entrou melhor, faz um golo na melhor fase, mas reagimos e conseguimos o golo da igualdade. Não fico amargurado com este empate porque é o primeiro golo que o Caldas sofre e isso demonstra a grandeza que tem.