O futebol de formação esteve em destaque na conferência Futuro do Futebol Português, no passado dia 27 de Novembro no segundo auditório do CCC nas Caldas da Rainha, que contou com o seleccionador nacional Fernando Santos e com o académico Pedro Mil Homens. Foi uma iniciativa da AF Leiria com apoio da Gazeta das Caldas e do Caldas SC.
Na sala estiveram cerca de 100 pessoas, com ligação ao desporto rei, entre praticantes, técnicos e dirigentes, que começaram por ouvir Pedro Mil Homens apresentar a sua visão do que devem ser as linhas gerais de um modelo de formação de um clube. Um plano dividido com objectivos por idades, com diferentes enfoques em termos didácticos e de competição consoante os escalões. Pedro Mil Homens referiu também que, para além dos clubes, também as associações distritais devem rever os quadros competitivos de forma a promover o gosto pelo jogo até aos 13 anos e só então fomentar a competição. Um modelo já seguido pela AF Leiria.
Fernando Santos começou por lembrar as suas raízes Gaeirenses, recordou que começou a jogar na Quinta do Carvalhedo e depois no Gaeirense, nos torneios de futebol de 7 organizados pelo Caldas SC e são essas raízes do futebol de rua que se praticava em Portugal, como noutros países como o Brasil, que faz do nosso país uma potência na modalidade. “Sempre houve grandes jogadores porque havia a escola da rua”, referiu Fernando Santos.
Essa foi uma das questões abordadas, precisamente, a necessidade de aproximar a experiência de treino e de jogo dos mais novos dessas raízes do futebol de rua, numa responsabilidade que cabe muito aos treinadores. “Há treinadores que não deixam os miúdos mais pequenos fintar, eles têm é que fintar”, defendeu o antigo responsável pela Academia do Sporting em Alcochete, Pedro Mil Homens.
A formação deve, por isso, “fugir do amadorismo”, observou o seleccionador nacional, porque ter “treinadores habilitados e motivados – mesmo se não ganhem títulos – é muito importante para que haja mais e melhor formação”.
Fernando Santos disse que hoje o trabalho nos clubes é muito melhor que no passado e cada vez mais clubes têm boas condições de trabalho, o que tem sido um contributo para que Portugal esteja presente em todas as fases finais desde 1996 e com brilharetes nos escalões jovens.
Num balanço final à Gazeta das Caldas, Pedro Mil-Homens e Fernando Santos disseram que é sempre bom quando se discute futebol de formação e que destes encontros saem sempre ideias, reflexões e partilhas de opinião importantes para um futebol de amanhã melhor que o de hoje.
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