Foi com lotação esgotada que terminou o último dia da Feira dos Frutos, no concerto com os Xutos & Pontapés. Este foi o dia mais preenchido do certame, tendo a maioria das pessoas assistido e aplaudido o conhecido grupo de rock português. A enchente no Parque D. Carlos I foi tanta que a organização decidiu abrir os portões laterais para deixar sair o público no final da noite.
Durante os dias da Feira dos Frutos, o São Pedro ajudou à festa com noites sempre com uma temperatura agradável e propícia para os concertos.

O espectáculo que encerrou o certame realizou-se no passado domingo com o concerto dos Xutos & Pontapés com lotação esgotada. Para marcar lugar na primeira fila houve mesmo quem tivesse chegado oito horas antes.
Por entre o público era visível a variedade de idades, dos 8 aos 80, pais e filhos que foram até à Feira dos Frutos assistir ao espectáculo da banda de rock que move gerações inteiras.
Um mar de gente de braços cruzados em X cantou durante hora e meia as célebres músicas da banda. “Gritos Mudos”, “Pêndulo”, “Um Mundo ao Contrário”, “Tonto”, “Homem do Leme”, Circo de Feras”, “Contentores”, “Remar Remar”, “Dá um Mergulho” e “Ai Se Ele Cai” foram algumas das canções que fizeram parte do repertório.
“Alepo”, uma canção cuja letra foi composta com frases da rede social Twitter da menina síria Bana Alabed, que descreve o cerco àquela cidade, foi uma das três músicas que a banda tocou sobre violência com crianças.
O vocalista dos Xutos, surpreendido com a imensidão do espaço e pessoas, referiu várias vezes, ao longo do concerto, que nunca imaginou actuar no Parque D. Carlos I.
O espectáculo ficou também marcado pela atitude do guitarrista João Cabeleira que ao mesmo tempo que tocava, fumava os seus cigarros e de forma banal mandava as beatas para o palco.
Já depois do concerto terminado, o grupo voltou a subir ao palco, a pedido do público que não arredou pé, para cantar “A Minha Casinha”. No fim o baterista Kalú atirou para os espectadores as baquetas, oferecendo-as assim a quem as apanhou.
Silêncio que se vai cantar o fado
[caption id="attachment_99996" align="alignnone" width="850"]
Carminho confessou ter sido um espectáculo muito divertido |Isaque Vicente[/caption]
No dia anterior, sábado, 26 de Agosto, foi a vez da fadista Carminho actuar no palco da Feira dos Frutos. O recinto esteve bastante composto e houve até quem levasse cadeiras para assistir na primeira fila.
A artista apresentou-se em palco totalmente vestida de preto e fez-se silêncio absoluto assim que começou a cantar.
A actuação ficou marcada pela boa disposição e à vontade da fadista. “Saia Rodada”, “Chuva no Mar”, “Senhora da Nazaré”, “A Bia da Mouraria” e “Saudades do Brasil em Portugal” foram alguns dos fados cantados pela artista Carminho.
No fado “Bom Dia, Amor” a artista propôs ao público que pegassem na mão da pessoa amada e cantassem para a mesma e a plateia aderiu em força.
Durante o concerto apresentou os seus músicos e ficámos a saber que um deles, Ivo Costa, nasceu nas Caldas da Rainha.
A fadista foi sempre muito expressiva enquanto cantava. No fim do espectáculo despediu-se agradecendo a alegria, a entrega e o silêncio da plateia durante todo o concerto. Confessou ter sido o espectáculo mais divertido dos últimos tempos.
Carminho voltou a subir ao palco depois do pedido do público e cantou excertos de “O Amor é Assim”, “Perdóname” e “Trem das Onze”, este último de Adoniran Barbosa. Ainda cantou o seu fado “As Minhas Penas” que surpreendeu ao cantar sem o microfone, sendo no final bastante aplaudida durante muito tempo.
Os dias que atraíram mais jovens
Quinta-feira, 24 de Agosto, foi o dia da actuação do maior cantor de reggae português, Richie Campbell. O concerto começou com “Love is An Addiction” e continuou com “I Feel Amazing”, “Best Friend”, “Blame It On Me”, “Heaven” e “Do You No Wrong”.
Durante o espectáculo o artista perguntou ao público quem é que não percebia o que ele dizia nas letras e muitas foram as pessoas que colocaram o braço no ar. Foi então que Richie Campbell explicou que canta com pronúncia do inglês da Jamaica e agradeceu mesmo assim a presença de todos, apesar de muitas vezes não entenderem as letras. Sublinhou que isso só mostra a força e universalidade da música.
Durante o espectáculo, o cantor esteve sempre muito animado a interagir com o público e colocou todas as pessoas a saltar, tal como o artista Dengaz na sexta-feira.
O concerto do cantor de hip-hop que decorreu no dia seguinte, 25 de Agosto, teve início com a música “De Onde Eu Vim”.
“Tamojuntos”, “Encontrei”, “Super Homem”, “Nada Errado”, “Dizer Que Não” e “Para Sempre” foram algumas das músicas que o artista cantou. Esta última é a mais importante que fez pois é dedicada às suas filhas, disse o cantor. “Rainha” foi dedicada a todas as mulheres presentes na plateia.
Durante as músicas fez um vídeo para enviar a Seu Jorge e outro para o cantor António Zambujo, com o qual tem músicas em conjunto.
No final do concerto, Dengaz afirmou ter sido muito bom ver tantas pessoas de idades diferentes presentes.
Ambos os artistas autorizaram dar autógrafos e tirar fotografias com os fãs no final dos concertos.
Quarta-feira, 23 de Agosto, actuaram os caldenses Walking River Trunk num concerto intimista com uma decoração muito familiar composta por cadeiras antigas e um candeeiro de mesa. Fez parte do alinhamento da banda músicas como “Once I Was a Soldier”, “Keep Away” e “Sounds of the Garden”.































