Amanhã, 9 de Abril, o bar Xadrez celebra o seu 30º aniversário. Já vão longe os dias em que o bar abria à tarde e tinha 400 clientes de garrafa, mas o bom nome da casa e a constante actualização permitem tal longevidade. O Xadrez identifica-se com o seu proprietário, o caldense João Duarte, que está à frente deste bar desde 1981.
Fica no Hemiciclo João Paulo II e abriu ao público há 30 anos, no espaço onde funcionava uma oficina de arranjo de máquinas de lavar. Primeiro João Duarte pensou em abrir um café, mas depressa mudou de ideias e criou um pub, seguindo ideias que trouxe do sul de França, onde trabalhou durante cinco anos.
O empresário, natural de Alvorninha, é um homem da noite e tinha 27 anos quando criou o seu próprio bar em pleno centro das Caldas.
“Quando abrimos era um local muito p’rá frente, hoje estaria actualizadíssimo”, disse o empresário, especificando como o Xadrez fez furor com as paredes forradas a veludo e espelho, e as mesas em vidro e latão. Foi, aliás, a decoração que deu nome ao bar que abria então às três da tarde e se tornou num espaço onde se faziam negócios. O Xadrez era então um pouco fechado pois trabalhava muito com homens de negócios com poder económico que adquiriam as suas próprias garrafas. Eram vendedores de automóveis, de seguros, comerciais e empresários liados à construção. “Havia o hábito de beber um copo ao fim da tarde antes de ir para casa, hoje isso perdeu-se…”, comentou.
Quando o Xadrez abriu portas havia outros espaços como as discotecas Ferro Velho e Inferno da Azenha. “Até 1985 facturou-se bem pois as pessoas tinham dinheiro”, recorda o empresário. Os bons tempos regressaram nos primeiros cinco anos da década de 90 quando existiam vários bares e discotecas a trabalhar muito bem, sobretudo na Foz do Arelho e em Óbidos.
Marcas desta casa durante as três décadas são “o bom atendimento e a actualização da decoração”, disse o empresário, acrescentando que o seu bar já teve quatro grandes renovações.
No Xadrez não se descura a música e a qualidade das bebidas. “É muito importante um cliente chegar e ver um bom sortido de bebidas”, comentou o empresário, que sabe que há que tentar oferecer sempre algo diferente quando o cliente chega e que este vá satisfeito quando se vai embora.
Hoje a clientela mudou, é mais jovem e sem o poder económico dos empresários que, a certa altura, chegaram a ser quatro centenas. “Eram clientes de todos os dias e que hoje são muito raros. Sinto que às vezes eu sou o único desse tempo!”, disse João Duarte.
A crise actual sente-se sobretudo no número de vezes que os seus clientes saem à noite. “Eles não deixaram de aparecer, vêm é menos vezes”, acrescentou.
João Duarte sempre contou com um ou dois colaboradores no seu bar e conta também com a ajuda dos dois filhos aos fins de semana.
Este empresário ainda gostaria de abrir um bar em África, dando resposta aos muitos convites dos amigos que tem em Angola.
E noites memoráveis? Dessas há muitas, mas João Duarte não esquece uma com a participação do grupo dos Jogos Sem Fronteiras – e que integrava o jornalista Fernando Pessa – e de uma outra com um concerto de Rão Kyao que durou noite fora.
O Xadrez hoje abre de terça a sábado, entre as 20h00 e as quatro da manhã e o empresário considera que não se justifica prolongar o horário.
Até às 23h00 o espaço funciona como bar, mas a partir dessa hora transforma-se em discoteca. Às quintas-feiras há música ao vivo e aos fins de semana são convidados diferentes DJ’s.
O bar abre quando se justifica para festas privadas e também para os seus clientes assistirem a importantes jogos de futebol.































