“Escultura de pedra com papagaio lá dentro, que voa e aterra de bico” é a mais recente exposição da Casa Bernardo, que convidou Pedro Barros e Vasco Costa, antigos alunos da ESAD, a expor nas Caldas. Vinte anos depois, os dois artistas do Norte do país – Viana do Castelo e Oliveira de Azeméis – regressaram à sua cidade de formação para, numa semana, darem vida a esta mostra.
Curiosamente, a designação da exposição não é uma invenção dos autores, mas sim de uma criança de quatro anos, filha de um amigo dos artistas, que utilizou o mesmo nome para dar título a um desenho de origami que ofereceu a Vasco Costa.
Com carta verde para actuarem em todas as divisões da Casa Bernardo, Pedro Barros e Vasco Costa asseguram aos visitantes que “podem encontrar uma exposição em que se desenvolveram as possibilidades de explorar Casa”, acrescentando que todas as obras foram construídas de raiz e os materiais recolhidos no espaço da casa e suas proximidades.
Numa das salas, são as portas da própria casa que dão forma a uma instalação que, explica Vasco Costa, simboliza o “romper com as portas, remetendo-as para o fundo da casa de modo a que se quebrem todas as fronteiras à criatividade”.
Na mesma divisão encontra-se uma peça elaborada com um carrinho de mão e latões enferrujados, materiais encontrados no quintal da casa que fazem referência à passagem do tempo e à industrialidade.
Cruzar a escultura de Vasco Costa e o grafismo de Pedro Barros é um dos objectivos desta mostra, concretizado em pleno num dos quartos, que conjuga fragmentos de pedras e estradas com telas de pintura. As tonalidades de ambas as obras – cinzento, preto e branco – sugerem que as peças foram planeadas para serem expostas em conjunto. Porém, “tudo não passou de uma coincidência muito feliz, que prova a verdadeira magia da arte”, comenta Vasco Costa.
As “entranhas” da Casa também foram aproveitadas, sendo utilizadas para a construção de uma peça que junta o pó acumulado nas carpetes, tijelas e copos. “Quando estávamos a limpar tudo para a inauguração, lembrámo-nos que podíamos utilizar estes resíduos”, revela Pedro Barros.
A criatividade dos autores sai ainda fora de portas: a pintura exposta na parede exterior da casa, que tem como base a sombra de uma flor que, assim que anoitece, se faz reflectir graças à luz do candeeiro da rua é um dos exemplos.
Inaugurada no dia 14 de Janeiro, a exposição encontra-se patente até 13 de Março, podendo ser visitada sob marcação prévia (museubernardo@gmail.com ou tel. 966 319 599).
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