A vila de Óbidos foi designada como uma das cidades criativas da UNESCO na área da literatura. Criada em 2004, esta rede tem por objectivo “promover a cooperação com e entre cidades que identificaram a criatividade como um factor estratégico para um desenvolvimento urbano sustentável”.
Esta classificação de Óbidos juntamente com Idanha-a-Nova, contempla a nomeação de mais 47 cidades de 33 países, ligadas às áreas da música, artesanato e arte popular, design, artes e media, e gastronomia. Óbidos passa a figurar como cidade literária, tal como Idanha-a-Nova como cidade da música.
A Unesco integra, desde 11 de Dezembro, Óbidos na rede mundial de Cidades Criativas, juntando-a assim a mais 116 cidades de todo o mundo. Para o presidente da Câmara de Óbidos, Humberto Marques, este galardão é o reconhecimento de que “vale a pena acreditar” e destaca que esta é uma vila literária.
O projecto Óbidos Vila Literária é uma estratégia de desenvolvimento do território que pretende demonstrar que é possível considerar agendas alternativas de desenvolvimento cultural em cooperação directa com a economia e até a reabilitação urbana. A candidatura de Óbidos a Cidade Criativa da Literatura foi apresentada em Junho e assentou neste projecto, que ali está a ser desenvolvido desde 2011, numa parceria entre a autarquia e a Ler Devagar, de José Pinho. Durante este período já foram abertas 11 livrarias, umas dentro da vila e outras pelo concelho, em edifícios degradados ou devolutos. Foram transformadas em livrarias, por exemplo, uma igreja, uma adega, um mercado e uma antiga casa senhorial.
Mais recentemente, o Folio – Festival Literário Internacional de Óbidos, que decorreu entre 15 e 25 de Outubro, veio comprovar essa aposta no livro e na literatura. Mais de 30 mil pessoas terão passado, de acordo com a autarquia, pelo festival que contou com a presença de perto de meia centena de autores e criadores, e dezenas de concertos e acontecimentos culturais.
Já entre 2008 e 2011, Óbidos tinha sido líder da rede europeia URBACT – Clusters Criativos em Áreas de Baixa Densidade, uma entidade que promove o desenvolvimento sustentável pelo uso da criatividade.
Óbidos integrará a lista ao lado de outras cidades literárias como Barcelona e Granada (Espanha), Edimburgo (Escócia), Melbourne (Austrália), Iowa City (Estados Unidos da América), Dublin (Irlanda) Reiquejavique (Islândia), Norwich (Inglaterra), Cracóvia (Polónia), Heidelberg (Alemanha), Dunedin (Nova Zelândia) e Praga (República Checa).
Idanha-a-nova foi a outra cidade portuguesa distinguida como Cidade Criativa, mas na área da música, em homenagem ao adufe, juntamente com Bogotá (Colômbia), Sevilha (Espanha), Glasgow (Escócia), Gent (Bélgica) e Bolonha (Itália) entre outras.
Aquando do anúncio da integração das novas cidades, em Paris, a directora geral da Unesco, Irina Bokova, disse que esta rede representa um “imenso potencial para afirmar o papel da cultura como facilitador do desenvolvimento sustentável”. Ao aderir à rede estas cidades comprometem-se a “colaborar e desenvolver parcerias com vista à promoção da criatividade e das indústrias culturais para compartilhar as melhores práticas, reforçar a participação na vida cultural, e em integrar a cultura nas estratégias e planos de desenvolvimento económico e social”, referiu.
A próxima reunião da Rede de Cidades Criativas está prevista para Setembro de 2016 no Östersund (Suécia).































