A terceira edição do Bazar à Noite não podia ter corrido melhor.
No Sábado passado, 10 de Agosto, o evento superou todas as expectativas, mesmo migrando para as imediações da Praça da Fruta, dando assim a conhecer novos espaços como o Museu do Hospital e das Caldas. O público gostou da alteração e aguarda com expectativa a edição de Setembro que, por enquanto, ainda não tem formato definido.
Apesar das muitas ofertas – Tasquinhas, Festa Branca na Foz e festas em várias localidades – houve público para todos e era visível a grande satisfação de quem fez parte deste evento que está apostado em animar a cidade das Caldas.
“Nem parece que estamos nas Caldas!” e “Há muitos anos que não via tanta gente à noite na rua”. Estes eram alguns dos comentários mais ouvidos entre as milhares de pessoas que no serão de sábado, 10 de Agosto, visitaram o mercado criativo Bazar à Noite.
Logo ao final da tarde havia já boa disposição nos Largo Dr. José Barbosa, Largo Conselheiro José Filipe e no auditório ao ar livre (situado nos jardins do Museu do Hospital e das Caldas) enquanto se montavam as bancas de venda. No entanto, só depois do jantar começa a chegar mais gente que circulou entre os quatro ambientes, distintos entre si.
Gazeta das Caldas também marcou presença na iniciativa, no espaço do Museu do Hospital, tendo tido assim a oportunidade de estar mais próxima dos seus leitores. Mesmo a seu lado estiveram Vera Ricardo e Hélia Silva que trouxeram doces e salgados ao evento. O que foi saindo melhor, disseram, foram “as empadas de legumes salteados com ricota e as de coelho ao molho bran
co”, explicava a primeira criadora, que veio do Cadaval dar a conhecer melhor o seu hobbie.
Hélia Silva, que se dedica aos cupcakes, bolos e doces, apostou também nas amoras e em doce feito com estes frutos. Como ficou sem emprego, “esta é uma forma de melhorar o orçamento familiar”, contou.
Nuno Vasa, com o intuito de divulgar o seu trabalho, trouxe projectos de design com os quais conquistou o prémio do Museu de Serralves, que o distinguiu na categoria “Objects e Design”. Trouxe ao Bazar baldes que transformou em candeeiros e o clip books que dá para porta-livros e prateleiras e ainda um estendal de parede. Estes produtos são da marca que o designer criou, intitulada “Outra Coisa” e o autor estava satisfeito por os dar a conhecer ao público caldense.
Já Sandra Campos veio apresentar com a s
ua sócia, Catarina Rola, um novo projecto onde associam o cake design com a decoração. Ficaram no jardim do Museu do Hospital e segundo a autora, o Bazar “é uma mais-valia para as Caldas, um evento que é de manter e fazer mais e mais”. A co-autora dos cupcakes não esperava uma afluência tão grande “tendo em conta que há tantas ofertas na cidade e na região, mas afinal parece que há público para todos!”.
Menos satisfeita estava Anabela Feliciano do Pachá/Casa Antero. A localização do seu espaço de vinhos e petiscos na zona dos jardins do Museu do Hospital “não é a melhor para as vendas”, disse. A participante gostou mais das edições que se realizaram na Praça da Fruta pois na nova proposta “há uma maior dispersão”.
“Uma iniciativa fantástica”
Para a ceramista Paula Violante, o evento estava a valer a pena. A autora gostou deste formato onde as pessoas circularam entre os quatro núcleos e salientou o facto do Bazar apostar em “mostrar espaços da cidade que habitualmente estão fechados”. A ceramista, que tem o seu atelier em A-dos Negros, trouxe para venda peças de olaria de roda, modelação e algumas peças de bijutaria.
Pedro Calado e Isabel Claro (Bolota) marcaram presença com “comes e bebes”. Em conjunto Manuel Dias e Joana Rodriguez trouxeram ao Bazar verdadeiras delicias da cozinha internacional que serviram para dar a conhecer um novo projecto de um restaurante que deverá abrir portas nas Caldas no próximo mês de Outubro. E o Bazar? “É uma iniciativa fantástica e é muito bom ver gente na rua, toda a noite a conviver. A cidade precisa de continuar ser dinamizada”, rematou o participante.
Sandra Martins e o marido vieram participar pela primeira vez para divulgar a sua loja, Biológicos da Rainha. Ficaram no Largo Dr. José Barbosa e gostaram muito de participar. Tinham como objectivo principal a divulgação da sua loja onde vendem os produtos biológicos e tinham a ideia de vender as maçãs que produzem na Moita da Alvroninha. “Fica para a próxima edição. Ainda estavam verdes, mas em Setembro vamos trazê-las para as vender à unidade”, disse o casal.
FALTA DE ILUMINAÇÃO
Para os visitantes Anabela Loureiro e José Teixeira é bom poder ver as Caldas com tanta gente na rua. No entanto, acham que seria boa ideia se o Bazar pudesse chegar ao Largo João de Deus. “O único defeito é a falta de iluminação”, disse José Teixeira, que acha que se poderia investir um pouco nessa área. “De resto está super interessante e a prova é a quantidade de gente que se vê na rua”. Judite Ramalho e o seu marido José Luis Tomé estavam contentes por visitar as propostas do Bazar. Acham que a iniciativa “é óptima para dar a conhecer várias zonas da cidade”, até porque, com a pressa do dia a dia, “nem damos valor aquilo que temos”, acrescentou.
Ana Todo Bom veio também conhecer o evento e gostou do novo formato, se bem que, na sua opinião, “também poderia funcionar bem uma ligação com a Praça da Fruta”. A visitante, que é também ceramista, gostaria de participar em futuras edições pois “adoro ver as pessoas nas Caldas a sair. A noite está espectacular e eu estou a adorar conhecer as várias propostas”, rematou. 



“Está impressionante, cheio de gente! Até parece o 15 de Agosto”, dizia Ana Santos, satisfeita com este novo formato do Bazar. Já para Vieira Gonçalves iniciativas como o Bazar são para continuar: “Espero que isto nunca acabe! No mínimo deve acontecer uma vez por mês”, disse este comerciante, que considera que toda esta animação é muito positiva para o comércio local. “Espero que a futura direcção da ACCCRO dê todo o apoio e se empenhe nestes eventos”, disse.
“Uma pequena pedra para uma cidade melhor”
“Dá muito mais trabalho mas acaba por compensar”. Palavras de Filipe Almeida Santos, um dos responsáveis da Plataforma Criativa, organizadora do evento, referindo-se ao facto do bazar nesta terceira edição contar com 112 participantes. A primeira, realizada em Junho, teve 42, a segunda 82 e agora ultrapassa já a centena.
“Tendo uma equipa de sete pessoas no terreno, já começa a ser complicado em termos de logística”, contou o organizador, enquanto vai alinhando os próximos temas musicais que animam o Largo Dr. Conselheiro José Filipe.
“E não há problemas com os vizinhos?” “Não, aqui não mora ninguém”, respondeu. O organizador contou à Gazeta das Caldas que alguns vendedores estavam um pouco receosos de abandonar o tabuleiro da Praça pensando que iriam ter menos público. Afinal houve mais gente e a circulação ficou facilitada.
E numa noite de Verão com tantas ofertas foi “muito reconfortante ver as pessoa a viver a cidade”, disse o também arquitecto. Mas como não há bela sem senão, “debatemo-nos com dramas logísticos pois em certos sítios não há iluminação nem onde ligar o sistema de som. Vamos tentando resolver os problemas à medida que eles vão surgindo”, explicou.
Para demonstrar como a questão da iluminação pode ser problemática, referiu o exemplo do Largo Conselheiro Dr. José Filipe onde há apenas um único candeeiro.
Para o organizador, ainda é cedo para saber como será a próxima edição, mas deverá haver uma redução na quantidade de participantes e um aprumo na qualidade de modo a encerrar a iniciativa em beleza. O Bazar, disse Filipe Almeida Santos, tem dois objectivos primordiais que são a divulgação de trabalhos criativos e trazer pessoas à cidade das Caldas. “Isto é apenas uma pequena pedra que lançamos na construção de uma cidade melhor. Há muito mais coisas que podem ser feitas para fazer cumprir esses objectivos”, concluiu.
Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt































