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“A Obra”, assim se designa a exposição de pintura e cerâmica de José Santa Bárbara, inaugurada no sábado, 16 de Março, no Museu Malhoa. O escultor teve uma inauguração repleta de familiares e amigos. Desta mostra fazem parte pinturas de várias séries e fases da carreira do artista. No Malhoa estão algumas pinturas que Santa Bárbara dedicou às obras literárias Memorial do Convento e Curva da Estrada.
“A Obra” de José Santa Bárbara inclui 55 pinturas e 12 painéis de azulejos. O artista não podia estar mais satisfeito pelo facto de reunir familiares e amigos naquele museu que costumava visitar quando era miúdo. Conta à Gazeta das Caldas que assistiu à sua inauguração e que foi naquele espaço museológico que aprendeu a distinguir a boa da má pintura.
Para o crítico Manuel Augusto Araújo, autor do texto de apoio à exposição, Santa Bárbara pinta para promover a comunicação entre as pessoas. “Pinta para nos mostrar o mundo que olhamos e não vemos imediatamente, começamos a ver lendo os seus quadros, os seus desenhos, as suas gravuras”, afirma no texto desta exposição, onde o autor apresenta obras inspiradas nos livros Memorial do Convento de José Saramago ou Curva da Estrada de Ferreira de Castro.
Mas há outras obras, umas nunca vistas nas Caldas e outras que estiveram em exposição na galeria Osíris (1997), no Museu do Hospital e das Caldas (2002) e também no CCC (2011). Estas obras acabam por formar “uma pequena antologia”, disse o artista à Gazeta das Caldas. Satisfeito com a empatia estabelecida com Liga de Amigos e com o director deste museu. Santa Bárbara ficou contente por voltar a expor nas Caldas e afirmou que vai voltar a dedicar-se às tintas e telas, após uns tempos de paragem.
Durante a inauguração, a presidente da Liga de Amigos, Margarida Taveira, contou que quando se dirigiu ao atelier do autor para seleccionar as obras para esta exposição, teve vontade de trazer “quase tudo do atelier do artista”. A responsável referiu também que esta “é a melhor e a mais valiosa exposição que a Liga já organizou”.
Maria da Conceição Pereira, vereadora da Cultura, afirmou que esta exposição de José de Santa Bárbara, autor do monumento ao 16 de Março, não poderia ter sido inaugurada em melhor dia dado que a Revolta das Caldas “foi a rampa de lançamento para o 25 de Abril”.
