Um livro sobre um ilustre obidense do século XIX

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A obra foi editada através do Programa Municipal de Apoio à Publicação de Livros de Óbidos (AMPLO), que publica obras que abordem Óbidos como tema de investigação ou ficção.
“Como em todas as famílias há elementos que se destacam (…) deixando aos seus vindouros um legado de valores que devem servir de exemplo para orientação das suas condutas sociais”. É desta forma que Luís Tudella fala do seu trisavô materno que nasceu e viveu em Óbidos entre 1824 e 1886.
Na obra agora apresentada, assente na reprodução de documentação original, o autor fala das várias facetas de Joaquim Maria da Silva Freire –  politico, provedor da Misericórdia e poeta. O “último morgado de Óbidos” foi vereador, presidente da Câmara durante mais de 30 anos e também administrador do concelho. Dos seus mandatos, Luís Tudella salienta o “incremento e desenvolvimento que deu ao concelho”, nomeadamente através da construção de novas vias, como a estrada Real, a implantação da primeira iluminação pública da vila, o calcetamento das suas ruas e a implementação do ensino básico nas freguesias do concelho.
Joaquim Maria da Silva Freire exerceu também, por três vezes, o cargo de provedor da Santa Casa da Misericórdia de Óbidos, destacando-se durante este período a criação de uma farmácia, que serviria para fornecer os remédios ao hospital daquela instituição.
“Como poeta, soube caracterizar a sociedade de então”, diz Luís Tudella. O seu trisavô “era de uma acutilância sagaz em relação a adversários políticos, de extremo rigor e devoção religiosa, de paixões ardentes, de índole patriótica e de sátira direccionada às classes predominantes”.
Apesar de ter produzido muita poesia, não deixou obra completa, apenas obras avulsas que ofertava aos amigos.

Programa Municipal de Apoio a Publicação de Livros

O livro, apresentado publicamente a 19 de Julho, foi editado através do Programa Municipal de Apoio a Publicações de Livros sobre Óbidos, e teve um custo na ordem dos 3.000 euros. Anteriormente já foi lançado o “Hepta”, o primeiro romance de Alexandre Sousa, e um outro de poesia.
De acordo com a vereadora Celeste Afonso, este programa pretende disseminar obras de qualidade literária que tenham a ver com Óbidos. Por outro lado, querem “evitar a desertificação literária” daquele território, ao promover autores obidenses ou com uma ligação (pelo menos literária) ao concelho que se pode revelar pelo livro e pela literatura.
Este programa faz parte da estratégia ligada à literatura, ao livro e à leitura, assente na Óbidos Vila Literária que abriu, recentemente, mais um espaço – a adega – à entrada da vila. “Nesta primeira fase afirmámos os espaços, seguindo-se agora as dinâmicas com o livro”, explica a vereadora, que esteve na Feira Literária Internacional de Paraty (Brasil) e que pretende preparar um evento semelhante na vila.

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Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

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