Um ano em cheio para a S.A.Marionetas

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A peça “Portucale” foi uma das cinco novas produções que a companhia alcobacense estreou no ano de 2010

Foram 214 espectáculos apresentados em 36 localidades, entre os quais cinco novas produções, que fizeram com que a companhia alcobacense S.A.Marionetas – Teatro & Bonecos andasse numa roda viva no ano de 2010. Num balanço feito a poucos dias do fim do ano, José Gil, Sofia Vinagre e Natacha Costa Pereira salientam ainda a apresentação de três exposições com bonecos do espólio da companhia, a distinção com o Prémio europeu pela preservação e continuidade do teatro nacional de marionetas recebida com o espectáculo “D. Roberto” no 14º Festival Mundial de Marionetas de Praga, que lhes valeu ainda a nomeação para o prémio de Melhor Manipulação, e a organização de mais um “Marionetas na Cidade”, que voltou a ser um verdadeiro sucesso.
O início do ano de 2010 contou desde logo com a continuidade da exposição “S.A.Marionetas – 12 anos a trabalhar para o boneco” que mostrou mais de duas centenas de marionetas na galeria de exposições temporárias do Mosteiro de Alcobaça. A mostra recuperou os primeiros anos de trabalho da companhia, criada como estrutura profissional em 1997, e os trabalhos desenvolvidos com os The Gift, com o tubista Sérgio Carolino e com a companhia de dança CeDeCe, entre muitos outros projectos.
Logo em Fevereiro a companhia inaugurava outra exposição, desta feita no Armazém das Artes. “Bonecos do Mundo” deu a conhecer marionetas de vários pontos do mundo, pertencentes à colecção da companhia e da fundação cultural onde a exposição esteve patente.
Em Março a companhia torna-se membro da UNIMA Portugal (União Internacional da Marioneta – Centro Português da UNIMA) e no mês seguinte é estreado em Alcobaça o espectáculo “Res Publica – a caricatura ao serviço da tristeza pública”, um original de José Gil, Sofia Vinagre e Natacha Costa Pereira integrado nas comemorações nacionais do centenário da República. Em Maio a companhia foi até aos Açores para participar na 1ª Edição do Festival Internacional de Marionetas do Atlântico – o MIMO – e em Junho apresentou-se no 14º Festival Mundial de Marionetas de Praga, na República Checa, e na 3ª edição do Encontro de Marionetas, que decorreu em Montemor-o-Novo.
Julho ficou marcado pela estreia de mais um trabalho original. “Portucale” recuperou a fundação do reino de Portugal e foi vista pela primeira vez na Viagem Medieval em Terra de Santa Maria, em Santa Maria da Feira. Neste ano atarefado, os bonecreiros alcobacenses não descuraram a organização da 13ª edição do Festival Nacional de Teatro de Marionetas “Marionetas na Cidade”, que entre 15 e 17 de Outubro juntou nove companhias e pôs milhares de pessoas a assistirem aos 16 espectáculos que compunham o programa e “finalmente” voltou a contar com o apoio do Ministério da Cultura. A edição deste ano contou com mais uma estreia da companhia alcobacense – “Almanzor – o feitiço do mouro do Castelo de Alcobaça”, um teatro de sombras de grandes dimensões projectadas nas ruínas do Castelo de Alcobaça e visto por largas dezenas de pessoas que se quedavam pela Praça 25 de Abril, junto ao Mosteiro.
Ainda em Outubro a S.A.Marionetas representou o país no Festival Internacional de Títeres “Galicreques” em Santiago de Compostela, na vizinha Espanha” e em Dezembro os bonecreiros de Alcobaça tiveram o que consideram ser “um mês fora do normal”. É que no espaço de dois dias a companhia estreou duas novas produções, “As Aventuras do Menino de Madeira” que foi apresentada em Santa Maria da Feira na “Terra dos Sonhos” e “Na Tal Estrela – uma ficção quase científica”, apresentada aos miúdos e graúdos que visitaram a “Vila Natal” de Óbidos.
Por tudo isto, o balanço de mais um ano de actividade da S.A.Marionetas não tem como não ser positivo. E para 2011 a promessa dos responsáveis pela companhia é de “continuar a dar primazia à itinerância das nossas produções, bem como apresentar novas produções em teatro de marionetas com a mesma vontade que nos move desde 1997”.
Nem a ausência de grandes apoios institucionais os demove. “Temos o maior apoio do mundo, que é o do público, e dos promotores que acreditam no nosso projecto”, referem. E dado que o balanço foi feito em plena quadra natalícia, e em jeito de recado, os bonecreiros deixam um pedido ao Pai Natal: “mais ‘espaço’ na nossa oficina, mais apoio para o festival ‘Marionetas na Cidade’ e mais respeito nos pagamentos por parte das entidades que nos contratam”.

Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt

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