Trinta artistas estão a expôr no Centro de Artes

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Abriu a 1 de abril uma mostra que reúne obras de artistas ligados à ESAD.CR e às Caldas

“O Verdadeiro Lado da Manta- debaixo da nespereira” abriu ao público no sábado e pode ser apreciada nos museus António Duarte e Leopoldo de Almeida, ambos no Centro de Artes.
Esta é uma exposição que reúne obras de dezenas de artistas, a maioria formada na ESAD.CR e que resultou de um convite que foi feito a Filipe Feijão e Antónia Labaredas – por Sara & André – que são mentores do estúdio de cenografia Origami que, desde 1999, funciona num armazém no Campo e que é uma espécie de laboratório experimental. Tanto trabalham para outros artistas como para eventos como o Carnaval de Loulé, sendo responsáveis pela execução dos seus “bonecos” há duas décadas.
Convidados pela dupla de artistas Sara & André em pensar na ideia de partilha, Filipe e Antónia convidaram mais artistas que colaboram com o Estúdio a integrar a exposição. “O verdadeiro lado da manta” já teve um primeiro momento pois esteve patente – entre dezembro e março- no Palácio Vila Flor, em Guimarães.
Agora a gigantesca mostra pode ser apreciada nas Caldas, onde estão representados mais de 30 artistas e que reflete sobre o percurso do Estúdio Origami, o coletivo de pessoas que por ali trabalha, que se formou na ESAD e que decidiu ficar pelas Caldas. “Fazia todo o sentido que esta mostra viesse cá. Era, aliás, inevitável”, disse José Antunes, diretor do Centro de Artes. Na sua opinião esta exposição, logisticamente exigente, com grandes obras dos mais variados tipos, “questiona-nos a cada passo” e “propõe interessantes diálogos com as peças que pertencem às coleções permanentes”. Desta mega-mostra que integra performance, pintura, cerâmica, fotografia, vídeo, instalação, acaba também por ser “uma reflexo de uma época e que conta uma parte da história que também passou por aqui, onde havia oficinas da ESAD e grande parte dos autores passou por cá”, rematou o diretor.
Filipe Feijão, um dos responsáveis por esta mostra, explica à Gazeta das Caldas que esta reflete sobre “o universo que gravita em volta do estúdio Origami”. E nela está implícita a ideia de uma comunidade artística das Caldas e que reúne várias gerações de autores. Ao realizar uma visita guiada pela exposição, o autor explicou algumas peças e o seu significado. Filipe Feijão acrescentou que além das obras autorais, da mostra fazem parte alguns trabalhos feitos pelo Estúdio Origami para outros artistas e para eventos como o Carnaval de Loulé. No Museu Leopoldo de Almeida estão esculturas de cabeças caricaturadas, feitas em esferovite. A abertura contou com performances de Vanda Madureira – que encarnou o Artista Residente, personagem imaginária que trabalha com os despojos do Origami. A mostra inclui peças simbólicas como a de Antónia Labaredas que retratou, em cerâmica, as vivendas “Guetto”, nas Caldas, espaço onde muitos autores moraram e realizaram iniciativas artísticas. Mostra está patente até 28 de maio. ■

 

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