
O Mosteiro de Alcobaça volta a receber a tradição cisterciense dos doces conventuais, numa fusão com a modernidade de um video mapping projectado na nave central da igreja. A mostra de Doces e Licores Conventuais traz ao monumento os melhores produtos nacionais e contará com expositores de Bélgica, Espanha, França e Brasil. O evento atinge a 18ª edição e de 17 a 20 de Novembro torna Alcobaça na cidade mais doce do país.
O Licor de Ginja local e o Licor de Singeverga (Roriz – Santo Tirso) também fazem parte do património gastronómico cisterciense.
A estes junta-se o Bénédictine (licor de ervas) da abadia de Fécamp (França), a cerveja da abadia belga de Herkenrode e o Dulce de Leche (Doce de Leite) do mosteiro de Santa Maria do Sobrado, na Galiza.
Na conferência de imprensa, que decorreu a 4 de Novembro no mosteiro, Paulo Inácio, presidente da Câmara de Alcobaça, disse que todos os anos têm tentado melhorar a mostra. Salientou “a extraordinária adesão de público” em 2015, muito pelo video mapping que foi realizado em toda fachada do mosteiro.
Em termos de segurança garantiu que será controlada a entrada dos visitantes e que só poderão estar cerca de 500 pessoas em simultâneo na nave central do Mosteiro. “Das 19h00 às 23h00 há muito tempo para ver o espectáculo”, afiançou.
Os bilhetes mantém-se a 1 euro por dia ou 2,50 euros pelos quatro dias. “Acho que vai ser um fim-de-semana importante para Alcobaça”, disse.
O orçamento da mostra ronda os 200 mil euros e Paulo Inácio crê que será comparticipado por fundos comunitários em 85%. São esperadas 50 mil pessoas no total dos quatro dias somando a mostra e o videomapping.
O evento é organizado pela Câmara, em parceria com a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) e com o apoio do Turismo do Centro e da CCDR do Centro.
Os resultados do concurso serão publicados ao fim da tarde do primeiro dia.
Ana Pagará, directora do Mosteiro, disse que este é “um evento âncora” e que integra o plano de actividades do monumento. Garantiu que estarão reunidas todas as condições de segurança e revelou altas expectativas com o video mapping.
Já Inês Silva, vereadora da Cultura, disse que espera que o evento se realize durante muitos mais anos e realçou a aposta no turismo da autarquia.
Destacou também a presença da comitiva de Alcobaça da Bahia (Brasil) e da Ordem da Virgem Maria do Monte Carmelo, representada pelo Mosteiro de Carmelo do Porto (Bande, Carvalhosa), que vai trazer as suas compotas com chocolate e Rosáceas de Bande.
“Continuamos com as melhores casas de doçaria conventual nacionais e algumas do estrangeiro”, disse Inês Silva, destacando “a selecção pela excelência”.
A mostra está preparada para receber pessoas com mobilidade reduzida. Na conferência foi apresentado também o spot de comunicação que será divulgado nas televisões.
Chef Telmo Moutinho no júri
O chef Telmo Moutinho, que é um dos jurados do programa Best Bakery – a melhor pastelaria de Portugal, que é transmitido na SIC, faz parte do júri do concurso do melhor doce e melhor licor conventual. O conceituado chef, que já trabalhou nalguns dos melhores restaurantes nacionais e mundiais (Roma, Paris, Qatar e Mónaco), foi um dos primeiros formandos do curso de Pastelaria Avançada na Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste (no pólo de Óbidos).
De Óbidos saiu para trabalhar em cozinhas conceituadas a nível nacional, até ser convidado para trabalhar no Atelier do chef Robouchon, em França.
Daí ao Le Jules Verne, no segundo piso da Torre Eiffel, foi uma história… deliciosa. É que Telmo conheceu em Óbidos, durante o curso, a sua cara-metade: Andreia Luís.
Foi ela que foi convidada para uma entrevista para um posto no restaurante de Alain Ducasse, o chef com mais estrelas Michellin a nível mundial (19). Como o seu francês era ainda pouco desenvolvido levou o namorado, Telmo Moutinho, como tradutor e assim surgiu a ligação.
Actualmente Telmo Moutinho é o responsável pelas sobremesas do Alma, Chiado.
O restante júri é composto por Justa Nobre (responsável pelo restaurante O Nobre e júri no programa Master Chef da RTP), Odete Silva (responsável pela cozinha do restaurante Super Chef no Saldanha, em Lisboa), Amílcar Malhó (jornalista de gastronomia e vinhos) e Nelson Félix (professor e investigador que tem colaborado no desenvolvimento de vários doces). I.V.































