O escultor Thierry Ferreira regressou recentemente de Pingtan (província de Fujian, na China) onde participou a 11 de Outubro na inauguração do Parque de Exposição Internacional de Escultura daquela cidade. No local ficou uma réplica em bronze de uma escultura da sua série Cubic, que o autor fez no Brasil e que foi “replicada” na China, seguindo as suas indicações.
Segundo o escultor, esta obra reflecte sobre a arte pública contemporânea, confrontando-a com a história da arte. “A obra contraria a tendência da escultura vertical, que potencia à exaustão a ideia de três dimensões, podendo por isso ser colocada em qualquer posição, forçando assim o espectador a sentir necessidade de visualizar todas as faces da escultura”, explicou Thierry Ferreira.
O artista foi convidado para fazer uma obra pública para este parque pelo escultor chinês e comissário do evento, Liu Yang, que conheceu numa residência artística, em Bento Gonçalves, no Brasil, em 2012.
O comissário pediu-lhe uma réplica da obra realizada no Brasil, o que foi conseguido. A única diferença é que a obra original foi feita em pedra e sua cópia chinesa foi criada em bronze.
O Parque de Exposição Internacional de Escultura de Pingtan integra um projecto urbanístico que se estende ao longo de um quilómetro, à beira do Lago Zhuyu. Sob o tema “Harmonia, Desenvolvimento e Sonho”, o parque integra 48 réplicas de obras de escultores de renome e artistas de todo o mundo feitas em pedra, aço inoxidável, bronze e fibra.
Thierry Ferreira, enviou a maqueta da sua peça para a China em Abril do ano passado. Seguiu-se a produção do modelo e da fundição, com acompanhamento contínuo do processo através de videoconferência. Este trabalho à distância culminou agora na inauguração do parque em Outubro. Realizar uma obra à distância foi uma experiência diferente para o escultor que quando chegou à China se confrontou com a sua criação. “Foi estranha a primeira reacção. Calculo que seja similar à situação de “ver” um filho que não conhecíamos até então”, disse o autor à Gazeta das Caldas.
O artista plástico que mora em Alcobaça há vários anos, formou-se na ESAD e agora prossegue o seu mestrado na escola de artes caldense.
Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt































