Sérgio Gorjão dirige Palácio Nacional de Mafra

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O historiador foi coordenador dos museus e galerias municipais de Óbidos

O historiador e especialista em museologia trabalhou em Óbidos, onde desenvolveu alguns dos projectos culturais mais relevantes das últimas décadas

Sérgio Gorjão, secretário-executivo da Comissão Nacional da UNESCO, no Ministério dos Negócios Estrangeiros, foi escolhido para dirigir o Palácio Nacional de Mafra e toma posse a 1 de janeiro. O desafio não é “verdadeiramente novo” para o historiador, que dará continuidade ao trabalho que desenvolveu no âmbito da candidatura do Real Edifício de Mafra a Património Mundial (inscrito em 2019) e a outros processos, como a exposição dos 300 anos do lançamento da primeira pedra, celebrados em 2017-2018.
À Gazeta das Caldas, Sérgio Gorjão referiu que os desafios que o esperam são enormes, sobretudo porque há que acompanhar a instalação do Museu Nacional da Música numa das alas do edifício, bem como pela aplicação do PRR, em que se prevê a realização de um conjunto de obras significativas. “O investimento a realizar nos próximos anos rondará os 12 milhões de euros, o que, embora possa parecer um valor elevado, ainda assim só servirá para cobrir algumas necessidades”, refere, especificando que qualificar e internacionalizar o Real Edifício são objetivos críticos para os quais as diversas entidades que superintendem no monumento devem convergir.
Sérgio Gorjão revela que, a título pessoal, gosta do trabalho que está a desenvolver na Comissão Nacional da UNESCO, mas que manteve sempre como prioritário o seu compromisso com Mafra, caso ganhasse o concurso que, não esconde, “pela primeira vez, tinha um grau de exigência muito elevado”. “O Palácio Nacional de Mafra, obra magna de D. João V, é um colosso patrimonial com desafios imensos, é uma grande responsabilidade e um privilégio poder dirigir este monumento”, realça.
Natural do Estoril, o historiador possui uma forte ligação a Óbidos, onde começou a trabalhar em 1995, com o então presidente de Câmara, Pereira Júnior. Técnico superior da Direcção Geral do Património Cultural, trabalhou neste concelho até 2000, tendo depois regressado em 2002, até 2006, para continuar a exercer as funções de coordenador dos museus e galerias municipais. Foi ainda diretor do Museu da Terra de Miranda e do Museu do Abade de Baçal, diretor do Museu Nacional Grão Vasco e desde 2016 que integra o quadro de pessoal da DGPC.
Sérgio Gorjão coordenou ou comissariou diversas exposições, desenvolveu e orientou diversos projetos de investigação nas áreas da História da Arte e da Conservação e Restauro de bens culturais. É ainda autor de várias monografias, catálogos e artigos da especialidade. ■

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