Abriu as portas ao público no Museu de José Malhoa a mostra “25+1- Celebrar o teatro, celebrar a Rainha” a 27 de Março, Dia Mundial do Teatro. A exposição teve inauguração concorrida por muitos amigos do grupo teatral, que assistiram à apresentação da nova sede do grupo, um projecto da autoria do arquitecto Nuno Lopes. Presente esteve também o presidente da Câmara, Fernando Costa, que se comprometeu a financiar o projecto, mas deixou o aviso que este não poderá ter derrapagens.

“Caixa Preta” assim se designa o novo projecto de sede do Teatro da Rainha da autoria do arquitecto Nuno Lopes, o mesmo autor da ideia anterior quando havia fundos comunitários que apoiariam a concretização de um edifício maior. Agora “reduzimos tudo ao essencial”, explicou o arquitecto durante a inauguração da exposição.
O projecto vai “fechar” a Praça da Universidade e a sua concretização tem ainda “limites muito claros de financiamento”. Segundo Fernando Costa, a autarquia vai financiar a obra e está disposto a chegar aos 520 mil euros (contemplando o IVA e a revisão de preços), mas não poderá ser mais. E como os tempos são de crise e se prevê que o valor final seja mais elevado, agora segue-se a tentativa de obter algum apoio por parte do Ministério da Cultura. A cifra ideal o obter por parte do Estado seria de 200 mil euros.
O edil fez questão de contar a história do regresso do grupo de teatro à cidade há seis anos, do comprometimento do município de financiar em 50% o projecto inicial e depois de ter tentado outra solução: acolher o grupo no centro histórico.
“Ainda tentámos que regressassem à Casa da Cultura, mas o entendimento com o Centro Hospitalar sobre isso não foi possível”, revelou.
Apesar do novo projecto ser menos ambicioso, a Caixa Preta vai permitir ainda ligar a parte alta à baixa da cidade. O edifício contemplará dois “cubos” sendo um a sala de ensaios e o outro onde se instala um multifuncional palco. É neste último – que terá três andares – que também se vão instalar as habituais áreas de apoio como o bar, o foyer e os serviços administrativos.
A sala de ensaios será revestida a policarbonato e por isso terá a aparência de um candeeiro. Haverá ainda um espaço de auditório ao ar livre.
O projecto da Caixa Preta vai estar pronto em Setembro e após a realização do concurso público “gostaríamos de começar a construir no início do próximo ano”, disse o arquitecto Nuno Lopes. Este responsável ainda prevê que será necessário um ano para a construção deste novo espaço onde, por exemplo, a acústica tem um papel vital.
Coube ainda ao actor e encenador Fernando Moura Ramos passar em revista o percurso deste grupo, os seus objectivos e os seus desafios para o futuro. A concretização da sede é agora muito importante, até porque em breve o grupo terá que deixar a ex-lavandaria, edifício que pertence ao CHON.
Uma carruagem de comboio no museu
Esta é uma mostra onde pululam muitas memórias do Teatro da Rainha. Das que fazem parte de um percurso que já soma 26 anos. Há fotografias, cartazes, figurinos e adereços. Mas há também o insólito de ver uma carruagem de comboio dentro do museu. É um estrado de teatro, mas que dá a ilusão que se trata de uma carruagem verdadeira. “Essa é também a magia do teatro”, explica José Carlos Faria, acrescentando que a exposição permite pois ao visitante “ver o avesso das coisas”.
Este responsável conta que o grupo tinha material para fazer uma exposição cinco vezes maior àquela que se pode apreciar no Museu de José Malhoa, mas que é preciso seleccionar, mostrando então “os materiais que sobram deste efémero que é fazer teatro”.
O que é que fica quando desce o pano? Ficam trajes, desenhos, fotografias (foram seleccionadas 100 de um total de 7.000) , figurinos e adereços, pinturas e desenhos de grande qualidade que podem ser apreciados, naquele espaço museológico, até 3 de Julho entre as 10h00 e as 12h30 e entre as 14h00 e as 17h00.






























