
O escultor Carlos Oliveira confessa à Gazeta das Caldas que “ama” fazer pão. Um apontamento interessante nesta entrevista em que o artista, tal como muita gente, recorda uma coisa óbvia – que “as Caldas da Rainha tem um enorme potencial ligado à cerâmica e às artes”.
Carlos Oliveira despede-se assim da colecção das termas da Gazeta das Caldas. A sua proposta foi a representação de Nossa Sra. do Pópulo, inspirada numa obra de arte sacra do século XVII.
Nome: Carlos Oliveira
Idade: 54 anos
Naturalidade: Caldas da Rainha
GAZETA CALDAS: Quando começou a dedicar-se à cerâmica?
CARLOS OLIVIERA: Desde dos meus nove e por influência de meu pai. Aos 13 anos concorri à primeira Feira Nacional dos Frutos.
GC: Quais os materiais cerâmicos com que prefere trabalhar?
CO: O barro vermelho gordo pois é a partir dele que derivam as obras, quer para o bronze, para o alabastro, para as resinas e outros materiais finais dos quais eu trabalho.
GC: Que opinião tem da Molda? Que benefícios traz aos ceramistas?
CO: A opinião que tenho dessa mostra é extremamente positiva e acho que é um marco para as artes e para o sector!
Penso que aqui possivelmente não traz tantos quantos os desejados por falta de envolvimento das partes envolvidas (no entanto, pode ser só um ponto de vista pessoal).
GC: Acha que actualmente há uma retoma da cerâmica na região?
CO: Penso que sim, mas ainda há muito a fazer para elevar este sector e a área de expressão artística!
GC: O futuro da cerâmica passa pela indústria, pelo trabalho artístico, ou pela conjugação de ambos?
CO: O futuro passa pela conjugação de ambas e eu diria até que é preciso unir todos os outros sectores. Só com a parceria entre o sector cultural, histórico, do próprio comércio e muito em especial do turismo é que poderíamos fazer prosperar ainda mais a cerâmica.
GC: Com que parceiros é que os ceramistas da região podem contar?
CO: Eu falo por mim: conto com todos os que mostram vontade, e envolvimento, caso contrário, faço-me ao caminho e faço o meu próprio percurso.
GC: Acredita que as Caldas tem condições para ser reconhecida como Cidade Criativa (Arts & Crafts) em 2020?
CO: Não tenho conhecimento profundo sobre esse movimento. Confesso, no entanto, que sinto que esta minha terra, as Caldas, tem um enorme potencial ligado à cerâmica e às artes. Tudo é possível assim exista vontade e vontades.
GC: Quais são os ceramistas que mais admira?
CO: Todos os que nesta terra trabalham diariamente sem excepção, dando às Caldas a marca diferenciada que possui. A nível nacional saliento o grande mestre Querubim Lapa.
GC: Se não fosse a cerâmica, a que outra arte poderia dedicar-se?
CO: Se não fosse ceramista seria padeiro. Os que me conhecem sabem o quanto eu amo fazer pão.
GC: Que livro está a ler?
CO: “Qual é a Tua Obra”, do filósofo brasileiro Mário Sérgio Cortella. Conheço bem o autor e aprecio o seu trabalho.






























