“Rota do Pó”, assim se designa o filme dos estudantes da ESAD Nuno Braumann e Pedro Koch que estreou na segunda-feira, 24 de Outubro, no cinema São Jorge, no âmbito do Festival Internacional, DocLisboa.
A estreia, segundo Pedro Koch, não podia ter corrido melhor e agora a ideia é levar o documentário sobre as ruínas das fábricas caldenses a mais festivais.
Cipriano H. Paiva & Filhos. Assim se chama a primeira fábrica caldense retratada neste documentário e que se dedicava à produção de telha. “É uma unidade muito antiga e não encontrámos documentação sobre ela”, disseram Nuno Braumann (28 anos) e Pedro Koch (26 anos), alunos de Som e Imagem da ESAD, durante uma apresentação que decorreu na escola caldense, no final do ano lectivo.
Neste filme são dadas a conhecer ruínas de mais algumas fábricas das Caldas que são registadas como monumentos do passado. “Quisemos mostrar o que resta destas unidades, muitas junto às estradas nacionais e que desaparecem de um dia para o outro”, disseram os autores que filmaram antigas instalações industriais ao longo da EN8, em Tornada. Quiseram com este trabalho retratar o vazio e o silêncio que paira em ruínas deste tipo. “O que resta das fábricas está nos locais, mas, na verdade, ninguém repara. E daí a urgência em registar”, afirmaram, acrescentando que por vezes chegaram a querer repetir alguns planos e quando regressavam aos locais “estas já se encontravam à venda”.
O documentário integra imagens do que resta da Frami (que se dedicava a bens alimentares) e de La Fabourg (ex-Subtil) que produzia cerâmica. No filme há uma voz off que conta o que foram aquelas fábricas que davam emprego a centenas de pessoas.
Já mais perto da ESAD, filmaram ainda o que resta da Torriense onde filmaram sacos que foram usados para jogar Paintball. Da Secla escolheram filmar uma festa realizada em Maio passado. Neste caso, a opção foi por retratar uma nova outra função para um espaço industrial abandonado.
A estreia, segundo Pedro Koch, no DocLisboa foi “espectacular”, com a sala do Cinema S. Jorge, “muito composta”. Na plateia estiveram vários estudantes e docentes da ESAD que assistiram à estreia mundial de Rota do Pó. Pedro Koch não podia estar mais satisfeito dado que o DocLisboa é uma boa rampa de lançamento pois os filmes que o integram “são apoiados e valorizados”. “Rota do Pó” foi feito no âmbito escolar e os autores pretendem agora que este faça parte de outros festivais. E não excluem a hipótese de o voltar a apresentar nas Caldas da Rainha































