Rita Marques – a caldense que cantou com Plácido Domingo

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Notícias das Caldas
Rita Marques durante o concerto com o tenor espanhol Plácido Domingo | D.R.

A frequentar o Centre de Perfeccionament Plácido Domingo, em Valência, a caldense Rita Marques esteve em Lisboa, no passado dia 22 de Maio, onde fez uma participação especial no espectáculo do tenor espanhol. Este concerto, único, contou também com a participação da fadista Kátia Guerreiro e da soprano Micaëla Oeste.

“Cantar com Plácido Domingo foi uma emoção e uma honra que não dão para quantificar, que nunca pensei que pudesse vir a acontecer”, disse Rita Marques à Gazeta das Caldas, após o concerto. A jovem soprano, de 26 anos, não poupa elogios ao tenor espanhol, realçando a sua generosidade como artista e como pessoa, o que tornou a “experiência ainda mais especial”.

A possibilidade de Rita Marques vir a Portugal participar no concerto surgiu há uns meses, quando cantou para Plácido Domingo, em Valência, no Centre de Perfeccionament. “No final da audição convidou-me para estar no seu concerto de Lisboa, que iria ser uns meses depois”, resume.
O facto desta actuação ter decorrido em Portugal teve uma importância “emocional” acrescida para a jovem caldense, que destacou também o profissionalismo e carinho com que foi recebida pela produção do espectáculo.
Desde Setembro do ano passado que Rita Marques frequenta o selecto centro de aperfeiçoamento Plácido Domingo. Foi, aliás, a única portuguesa que no ano passado conseguiu integrar o grupo de 17 cantores que foram admitidos, depois de realizadas as audições onde participaram artistas de mais de 30 países de todo o mundo.
Rita Marques diz que de momento não sabe se irá continuar no Centro pois terá que fazer provas e esperar pelos resultados. “Nada é garantido e isso faz-nos trabalhar para aprender e melhorar todos os dias”, diz a jovem, que estará em cena no teatro valenciano Martin y Soler, entre 2 e 10 de Junho, com a ópera “The turn of the screw” de Britten, numa produção do Centre de Perfeccionament. Para finais de Junho irá participar numa outra ópera.
Olhando para trás, a caldense não se lembra de quando começou a cantar. Participou nos Cavaquinhos e nos Sons da Vida, grupos em que era sempre o elemento mais novo. Aos nove anos começou a participar em festivais da canção infanto-juvenis pelo país inteiro, interpretando as composições do também caldense Manuel Miguel. Aos dez passou a frequentar a Banda Comércio e Indústria, onde aprendeu solfejo e a tocar clarinete. Seguiu-se o Coro Infantil de Óbidos e depois o coro Alma Nova, onde aprendeu canto clássico. A paixão pela música leva-a a entrar no Conservatório Nacional aos 17 anos, repartindo o tempo com as aulas na Escola Secundária Raul Proença, onde fazia o 12º ano em Ciências e Tecnologias.
Com 19 anos entrou no Coro Gulbenkian, que apenas deixou para ir viver em Espanha.
Entre 2010 e 2013 tirou a licenciatura na Escola Superior de Música e nos últimos três anos Rita Marques tem investido na sua carreira, com a participação em concertos, alguns deles a solo. F.F.

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