José Eduardo Rocha actuou no domingo, 9 de Outubro, no Museu Malhoa, num concerto especial. O docente da ESAD é um executante virtuoso, conhecido por tocar instrumentos-brinquedo e integrá-los nos seus agrupamentos de música contemporânea. Desta vez, trouxe um violino da Chicco que surpreendeu a assistência, aliado ao piano e ao violone. Este foi um dos concertos que fez parte da Faroeste – Encontro de Música de Câmara Contemporânea e Improvisada, que teve lugar nos dias 8 e 9 de Outubro no parque D. Carlos I.
José Eduardo Rocha (JER) actuou no Museu Malhoa em 2011 com os seus alunos. E como a Sala Malha possui “uma acústica fantástica”, o músico queria regressar.
Desta vez, JER trouxe o seu violino brinquedo e actuou acompanhado por Vasco Lourenço (piano) e Duncan Fox (violone). O violone e o violino da Chicco têm uma característica em comum: ambos viram a sua produção descontinuada.
Antes de os deixar de fabricar, a própria marca enviou alguns exemplares do brinquedo a JER, que desde 1992 compõe temas originais para este violino, feito de plástico.
Já o violone – uma espécie de baixo da família das violas de gamba – foi descontinuado a partir de 1720. Porquê? “Porque não resistiu à concorrência de violinos, violas e violoncelos que são mais ágeis”, explicou o músico.
Nesta actuação, onde foram interpretados os temas “Prelúdios & Fugas sobre o nome de Carlos Paredes”, “Sonata da Chiesa” e Trio op.55, também houve espaço para solos de todos os instrumentos e um encore, dedicado a Cole Porter, com JER a trocar o violino-brinquedo por uma corneta colorida.
Num dos temas, JER saiu do seu lugar e veio interpretar um tema junto ao público, distribuindo sorrisos e acenos para uma plateia que bem conhece, constituída por amigos, alunos e ex-alunos da ESAD.
Este intérprete é também compositor dos mais variados géneros musicais actuais, onde se inclui a opera contemporânea.
JER aproveitou esta ocasião para lançar o CD “Instrumental Works, Chamber Music, Music for Films”, onde reúne momentos musicais com vários dos seus agrupamentos. Muitas das peças são material de arquivo e primeiras audições, dado que não voltaram a ser interpretadas.
Faroeste quer ser semestral
Ricardo Pimentel, um dos elementos do Grémio Caldense (colectivo informal que organiza o Faroeste) disse que a iniciativa correu bem pois tinha contado com uma boa adesão do público.
No dia 8 de Outubro tinham actuado os Wind Trio, de Paulo Chagas, com Paulo Curado e João Pedro Viegas, e também o trio composto por Ernesto Rodrigues, Nuno Torres e Carlos Santos no Céu de Vidro. A 9, além do Trio JER, o Museu Malhoa também recebeu The Selva, um projecto de Ricardo Jacinto, Nuno Morão e Gonçalo Almeida.
Segundo aquele responsável, ex-docente na ESAD, este encontro funcionou como teste e agora o Grémio Caldense pretende dar-lhe continuidade, pretendendo que este evento seja semestral.
Este colectivo informal é um grupo “nómada” que existe há um ano e meio e tem organizado noites de poesia, cinema e vários concertos em vários locais da cidade. Para Novembro já estão agendadas mais iniciativas ligadas à música experimental e independente.































