Designer mostra como reaproveitar materiais e criar novos objetos. Miguel Cardinho aposta no “faça você mesmo”
Durante um mês do confinamento obrigatório, o designer Miguel Cardinho criou um novo objeto todos os dias. Fê-lo com recurso a materiais que outros desperdiçaram e assim nasceu o projeto “30 dias, 30 objetos”. que esteve patente nos dias 2 e 3 de julho, na galeria Farinha, nos Silos Contentor Criativo.
O autor, formado em Design de Ambientes na ESAD, prossegue estudos na escola de artes caldense, no mestrado de Design de Produto.
Natural de Marrazes, tem 25 anos, e usa a técnica Do it yourself (Faça você mesmo) para criar as peças. Muitas tiveram como pano de fundo a pandemia, que trouxe novos conceitos e restrições. O designer, que fez visitas guiadas à sua mostra, explicou como criou as máscaras, sistemas de proteção individual ou até maçanetas feitas de sabão azul e branco.
Com velhas taças, metais e tecidos, o designer inventou peças criativas
E não faltam cintos “que não deixam os utilizadores chegar às coisas, cumprimentar os outros e que até impossibilita a quem os usa de chegar com as mãos à própria cara”, explicou o criativo autor, que apresenta ainda um relógio-bússola, uma máquina fotográfica pinhole, um par de sandálias japonesas, um fato de recoletor ou uma árvore de Natal que foi reaproveitada e passou a ser um chapéu de sol para a praia.
Há peças menos comuns, como uma mochila feita de rede ou um par de óculos cujas lentes de formatos diferentes ganharam nova vida interligadas com peças de plástico. Tudo feito de materiais que outros desperdiçaram e que ganham nova vida criativa nas mãos deste designer, sempre pronto a criar e a dar resposta a um novo desafio. Com roupas velhas, Miguel Cardinho fez um criativo tapete de diferentes tons e texturas.
“Vivo nas Caldas há cinco anos onde também tenho o meu ateliê de trabalho”, contou o artista, que, no final da exposição, apresenta o diário de bordo onde tem as linhas que o guiaram na execução de cada um dos seus peculiares objetos.
A mostra serviu de base a uma conversa e a um workshop onde o autor deu a conhecer o seu método de trabalho. Já no final da exposição, Miguel Cardinho contou que nos últimos dias do mês do projeto, “estava a ser difícil criar coisas novas….”
Ainda assim, criou um relógio-espelho, uma tábua com um jogo do galo que permite a duas pessoas jogar enquanto se encontram a cozinhar. E fez ainda uma pala dourada pois tirou partido criativo do facto de ter sido picado num olho por uma abelha.
As iniciativas relacionadas com esta exposição foram organizadas pela Associação Design Ofícios e Cultura, que tem sede nos Silos. ■






























