Pogo traz coletiva ao Turismo que reflete sobre matéria e digital

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Grupo de artistas que possui obras em Inactual - Ex Materia”

Coletiva de artistas traz instalação, performance e debate ao centro das Caldas

A exposição “Inactual – Ex Materia”, inaugurada a 15 de novembro, na Galeria do Espaço Turismo,

Organizada pelo Teatro Pogo, esta mostra propõe uma reflexão sobre a criação a partir do que resta: matéria física e digital reativada num tempo de excesso e de descarte. Entre instalação, performances e debates, a mostra convoca olhares sobre obras que surgem numa altura em que tudo é sobretudo descartável.

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A exposição, reúne as propostas de nove artistas visuais: Ricardo Tocha, Miguel Cardinho, Ruy Otero, Bruno Cecílio, Guilherme Silva, João Timóteo, Rita Belchior, Pedro Cabral Santo, Nuno Bettencourt), das Caldas da Rainha, Lisboa e Algarve, e ainda quatro performers (Simão Fumega, Rita Só, Matilde Teixeira, Luis Elgris).

Segundo Ruy Otero, um dos elementos do Pogo, esta mostra que já teve início em Lisboa e, depois das Caldas, irá seguir para o espaço multiusos das Carpintarias de São Lázaro (Lisboa). “Tudo vem de algum lado”, disse o artista explicando que nesta mostra os materiais que foram usados são muitas vezes reciclados. As propostas presentes cruzam as disciplinas da tecnologia, escultura, video, desenho e instalação.

Cada peça de “Inactual – Ex Materia” tem uma nota explicativa, o que ajuda à reflexão do visitante. Estão presentes moldes, reconfigurações e recontextualizações de peças, algumas feitas com o desperdício resultante de outras criações.

Da mostra faz parte um filme de vídeo de Ruy Otero e de Pedro Cabral Santo, que foi feito a partir das ruínas da Secla. Filmado em 2017, regista uma narrativa onde o mote é o ambiente de própria fábrica abandonada.

Presentes estão trabalhos que refletem sobre a própria tecnologia e sobre o tempo analógico e as falhas que podem suceder. Miguel Cardinho apresenta um robot aspirador que surge pela mão do artista como se fosse um animal de estimação.

Por seu lado Bruno Cecílio, autor e especialista em museografia, e apresenta trabalho onde guarda resquícios das montagens de grandes exposições que acompanha em várias fundações. Como se fossem fantasmas de peças originais de artistas de renome. “É tudo o que vêm de grandes exposições, mas são matérias que os visitantes não valorizam, sublinhando o que é subtil”, disse o autor.

A coletiva integra ainda obras de Nuno Bettencourt que tanto refletem sobre o ato de desenhar como questionam a indústria do souvenir.

Rita Belchior, autora algarvia, participa com um slide relacionado com o mundo imobiliário ao passo que Ricardo Toch apresenta uma peça sobre “o excesso de ornamentação que existia na época do barroco e da arte nova e trazer alguma reflexão sobre o tema no tempo atual”.

A maioria dos autores – que são oriundos de várias zonas do país têm em comum – o facto de ser terem formado na ESAD.CR. Há também propostas de docentes da escola de artes.

Por seu lado, Guilherme Sedas, artista que trabalha na fundição de Santa Catarina e trouxe um molde preparado para a alta temperatura que resiste a 1280 graus. “Transformei o molde de uma santa que tem o Menino nos braços e que deu origem a uma nova proposta artística”. Apresenta ainda duas máscaras feitas em bronze que unem a tradição popular dos caretos de Lazarim a uma vertente mais sacra, com elementos ligados à religião.
Organizada pelo Teatro Pogo, “Inactual – Ex Materia” tem apoio da DGArtes e do município das Caldas e poderá ser vista na Galeria do Turismo até ao próximo dia 20 de dezembro.

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