Performances audiovisuais animaram os Silos

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2-IMG_9646Uma noite dedicada às performances audiovisuais levou mais de uma centena de pessoas aos Silos no dia 23 de Fevereiro. O evento pautou-se pela liberdade de criar e deu a experimentar novas formas de usar e combinar a componente áudio e a visual.A noite começou na Galeria Farinha, com a performance de Telma João Santos, artista que veio de Lisboa a convite da organização. Trouxe uma actuação que criou há cerca de dois anos e que explorava o conceito de bandeira e a noção de país. “Pretende também mostrar o que temos de “We” e de “Us””, disse a performer, notando a diferença entre o “nós” enquanto plural de pessoas e o “nós” como comunidade, “que é também a questão de fronteira”.
“Achei que actualmente, que temos mais muros numa Europa desfasada e caótica, fazia muito mais sentido, pelo que decidi voltar a fazê-la”, explicou.
A artista, que combinou a performance com o vídeo, escreveu em diferentes folhas A4 os conjuntos de palavras “ON NO”; “OK KO”; “WE ME”; entre outras. Apontada à mesa onde escrevia, uma câmara de filmar permitia projectar na parede a imagem da artista a escrever.
Depois levantou-se, despiu-se e dançou, correu e saltou. Fez sons com um microfone, baixou a cabeça para olhar para uma televisão aos seus pés e assim ficou, durante alguns minutos. De seguida colocou-se, como se fosse uma espectadora, sentada a olhar para o “palco”. Apagou a luz e o projector, ouviu-se uma salva de palmas e o público seguiu em direcção à sala seguinte, onde os 3D Go Home já faziam ouvir o seu som.
Entramos e deparamo-nos com um palco no qual se vê um jogo de imagens projectadas. À direita, pendurada no tecto, uma bola branca serve também de tela para as projecções. Ali, entre outras coisas, vão aparecendo as caras dos performers.
No palco, uns de pijama, um de robe e outro de avental, os quatro artistas não se incomodam com a presença do público. Os 3D Go Home estão na sua “sala de estar”.
Com um som por vezes harmónico, por vezes caótico e com imagens ora abstractas, ora mais concisas, a actuação quebrou a barreira entre o palco e o público, com os artistas a “invadirem” a plateia por várias vezes. “Tentamos criar o erro e construir a partir dele baseando-nos em loops, vocalizações manipuladas, textos alterados, o noise”, diz Cláudio Sousa (o_iElectricista).
Em “the case of the missing little children at Caldas da Rainha park, Quack!” acrescentam ao espectáculo criações textuais, baseadas no texto “O Caso das Criancinhas Desparecidas”, de Luiz Pacheco, focando-se na cerâmica e na “peculiar relação que a cidade tem com o falo, num misto entre a adoração e o pudor”, conforme descrevia o prólogo. Nesta noite audiovisual o guitarrista Nelson Rodrigues e a performer Aisa Araújo juntaram-se aos 3D Go Home – Pixel Bitch e o_iElectricista.
Conforme nos explicou Telmo Marco Martins (Pixel Bitch), a dupla foi formada em 2015 e teve como “ponto comum a ESAD e o gosto por procurar diferentes formas de interpretação”. Mas foi através da participação de Pixel Bitch numa mostra internacional de audivisuais – a LPM – que no ano passado decorreu em Roma que surgiram os 3D Go Home. “Já tinha planeado ir, mas queria juntar a componente áudio”, explicou o video mapper. E foi aí que convidou o_iElectricista para se juntar a si.
O ponto de partida do projecto Tigre Anão, dos mesmo autores, foi Os Silos, sendo estes dos primeiros ocupantes do espaço. “Foi um bom regresso dos 3D Go Home a casa”, confessaram.
Para terminar a noite audiovisual nos Silos, na mesma sala, houve um dj vj set com dj Fiuzza & vj Mme. Leisure. Daí a festa seguiu para o Parqe Club, para as actuações de Mr. Heights e Pixel Bitch.

Já é possível ser sócio dos Silos – Contentor Criativo
1-IMG_95721Depois de uma fase em que foram preparados os serviços de uma forma estruturada, os Silos – Contentor Criativo vão agora passar a ter sócios. Conforme explicou Nicola Henriques, mentor deste projecto, esta “é uma forma de legitimar parcerias, recolher dados e produzir uma maior quantidade e qualidade de serviços”. A campanha de sócios arrancou a 18 de Fevereiro e, à data do fecho desta edição, já tinha conseguido angariar cerca de 235 sócios.
Ser sócio dá direito a ter acesso aos eventos do espaço e, a partir de Março, a regalias. As quotas são de dez euros anuais. Para quem se fizer sócio até 15 de Março, há uma benesse de um ano sem custos.
Os interessados devem dirigir-se aos Silos – Contentor Criativo ou contactar através do e-mail: siloscr@gmail.com.
Actualmente está a ser preparada “uma programação criativa contemporânea jovem com a União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório”, explicou Nicola Henriques à Gazeta das Caldas. Serão quatro meses, com pelo menos dois eventos por mês, em data e local a anunciar. O primeiro foi a exposição Aseptanimus (escultura e instalação) no Céu de Vidro no fim-de-semana passado.
Para além disso, todos os eventos do contentor criativo caldense passaram a estar, desde 15 de Fevereiro, na Gazeta das Caldas, no roteiro turístico City Guide e no Facebook do município.

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