Caldas da Rainha já está no mapa das realizações europeias ligadas à Performance Audiovisual. No dia 17 de Novembro, realizou-se a primeira Mostra Nacional de Performance Audiovisual, evento que juntou 24 artistas e 400 participantes em volta de workshops, instalações e performances audiovisuais. O momento alto do evento viveu-se com a projecção de vídeo em larga escala, na fachada dos Silos, feita ao vivo por dois VJ’s em simultâneo.
Chegar à galeria dos Silos era como chegar a uma outra dimensão. Grandes projecções de vídeo-arte, instalações e videomapping. Tudo em conjugação para esta edição de estreia de um festival que quer ganhar raízes nas Caldas da Rainha. A Mostra Nacional de Performance Audiovisual é organizada pelos artistas plásticos Marco Telmo Martins, Cláudio Sousa e pela performer Aisa Araújo, que fizeram um balanço muito positivo desta primeira edição. Participaram 400 pessoas nas várias propostas, desde os workshops de software até às exposições, conferências, instalações e performances de mapping, VJ e DJ.
Este evento de arranque contou com um convidado especial: Gianluca del Gobbo, criador de plataformas internacionais ligadas a este tipo de artes audiovisuais. À Gazeta das Caldas, este VJ (que já promoveu eventos em Roma, Amesterdão e Eindhoven) disse estar satisfeito com esta apresentação que agora já integra o mapa das realizações Live Performance Meeting. Estes encontros já acontecem por toda a Europa desde 2004.
A realização nas Caldas da Rainha foi presenciada por 400 pessoas, mas tiveram conhecimento dela 6000 pessoas de todo o mundo ligadas em rede às áreas audiovisuais.
Gianluca del Gobbo considera que há vantagens em organizar estes eventos em cidades médias pois nas grandes urbes onde há muitas propostas “estas perdem alguma da sua importância”. E salientou o facto de haver festivais em locais como as Caldas onde há escolas superiores e profissionais que ensinam Multimédia e por isso com apetência e público para as apresentações audiovisuais. O convidado acrescenta que há condições para a organização apostar no próximo ano num festival de dois a três dias de modo a poder integrar mais apresentações e workshops ligados a diversas técnicas audiovisuais. “Hoje é mais fácil atrair autores estrangeiros do que contar com os locais”, disse o VJ, que reconhece que o videomapping está a crescer a olhos vistos e a aliar-se a outras áreas como a patrimonial. É frequente ver várias cidades por todo o mundo a apostar no videomapping para assim promoverem e chamarem a atenção para o seu património local.
Nesta edição de estreia Marco Telmo Martins realizou micromapping em peças de cerâmica dos ceramistas Vítor Agostinho e Ana Sobral. O VJ fez “desenhos de luz” sobre obras que assim ganharam novos contornos, numa aliança entre artes tradicionais e novas tecnologias. Ana Sobral, presente no evento, gostou de participar com uma peça de escultura cerâmica: um vestido feito por pequenas peças de grés e com a qual concorreu à Bienal Internacional de Cerâmica de Aveiro em 2007.































