As Pega-Monstro deram um concerto na Casa dos Barcos no passado dia 23 de Março. Cerca de 150 pessoas juntaram-se para um fim de tarde junto ao lago com o rock electrizante das duas irmãs, mas muitas não entraram no concerto, preferindo usufruir do espaço ao sabor da música. A iniciativa foi elogiada, mas muitos desconheciam que era preciso pagar cinco euros.
O concerto marcado para as 19h00 na Casa dos Barcos permitia ver cair o anoitecer no parque. Dezenas de pessoas vão chegando e vão-se juntando perto do lago. Entretanto, da porta, ouve-se um grito: “ei pessoal! O concerto vai começar!”. Dentro da Casa dos Barcos apagam-se as luzes e começa a ouvir-se o som da guitarra de Maria e da bateria de Júlia Reis. As pessoas vão entrando, contam-se cerca de 50 dentro da Casa dos Barcos e mais uma centena cá fora.
A sala é totalmente escura e só depois de os olhos se habituarem à escuridão é que começamos a ver. O som electrizante espalha-se pelo pequeno edifício e envolve-nos. A dupla de irmãs actua ao centro, à sua direita estão os técnicos de som e um pouco atrás destes o bar, assegurado pelo Caravela (um bar da Foz do Arelho).
O som é rock puro, a soar a clássicos antigos e a energia é contagiante. As vozes, meio escondidas no meio das notas musicais, fundem-se harmonicamente.
É noite e quando saímos da Casa dos Barcos em frente temos o lago, com apenas um barco atracado. Vemos a ponte para a ilha à direita. Na ilha, no escuro da noite realça-se uma estátua branca. No alto a lua quase cheia e ao fundo os Pavilhões do Parque.
Ali, em frente à Casa dos Barcos cerca de uma centena de pessoas conversa, bebe um copo e diverte-se ao sabor da música. Vêem-se jovens e adultos.
Miguel Júnior, um jovem estudante da ESAD, está à conversa perto do lago. Soube do evento através do Facebook. “Não as conhecia, mas o nome e o facto de serem duas raparigas a fazer rock” despertou-lhe a atenção. “Estou a gostar, apesar de ainda não ter entrado porque pensava que a entrada era gratuita”, disse, antes de realçar a importância deste tipo de iniciativas no parque, “onde não acontece quase nada”.
Esta não foi a primeira vez que a dupla tocou nas Caldas. Já o havia feito no pátio da Casa Bernardo, que também organizou esta iniciativa. Pedro Bernardo, mentor da associação, explicou que a ideia de fazer este concerto na Casa dos Barcos surgiu porque as artistas mostraram vontade de tocar nas Caldas. Tendo em conta a altura do ano e a possibilidade de chuva, procuraram encontrar um sítio coberto para o concerto.
“Acho que é um bom sítio para haver concertos: é um sítio bonito, não tem o problema de incomodar a vizinhança e acho que a hora também foi bem escolhida”, explicou.
O evento contou com o apoio da União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório e do hotel The Literary Man (Óbidos).
As Pega Monstro disseram que o principal motivo que as fez voltar a tocar nas Caldas foi o facto de terem tocado uma vez “na Casa Bernardo e ter estado um ambiente muito fixe, ao fim de tarde e início de noite”. Para além disso, “as Caldas tem a ESAD e é perto de Lisboa”.
Já conheciam o Parque das Caldas e acharam “o espaço muito fixe” para o concerto. Ainda assim, na Casa dos Barcos “o som é muito esquisito, chega como uma bola”. Por fim, concordaram que “não acontece muitas vezes sair de um concerto e ter este cenário [o parque e o lago] tão bonito”.
Isaque Vicente
ivicente@gazetadascaldas.pt































