O autor de “Prometo Falhar” esteve sábado, 6 de Fevereiro, na livraria Bertrand das Caldas para uma sessão de autógrafos que juntou fãs dos seus livros e outros curiosos que, movidos pela mediatismo do escritor, aproveitaram a oportunidade de o conhecer para comprarem o primeiro exemplar. Uma coisa é certa: quem esperou na fila saiu da livraria com um autógrafo especial e personalizado.
À Gazeta das Caldas, Pedro Chagas Freitas admitiu sem rodeios: “sou um lamechas, mas o amor é assim, exagerado, e eu sou um fanático pelo excesso”.
No momento em que se sentam a seu lado, os leitores esperam apenas que Pedro Chagas Freitas lhes pergunte pelo nome. São imediatamente surpreendidos quando, além do nome, o autor também lhes pede uma palavra para começar a dedicatória. “Amor” e “felicidade” são as mais escolhidas, “bacalhau” foi o desafio mais difícil. “É bom saber que as primeiras palavras que surgem mais vezes na cabeça das pessoas são sentimentos tão positivos. Certamente que Freud veria neste caso um objecto de estudo interessante”, comenta Pedro Chagas Freitas, que decide fazer esta pequena surpresa aos leitores porque “é uma forma deles sentirem que, mais do que um autógrafo, têm uma dedicatória única”.
Ao mesmo tempo que dá asas à imaginação neste “exercício de escrita criativa”, como Pedro Chagas Freitas descreve o autógrafo, o autor põe conversa com o leitor. O que gosta de ler? Qual o seu excerto favorito? Costuma escrever? Estas são algumas das perguntas que vai fazendo, sem perder a concentração nas palavras que lhe saem dos dedos.
Basicamente, gosta de se colocar à prova, testar os limites da sua criatividade. “Sou um desassossegado por natureza que não gosta de estar sempre a fazer as mesmas coisas”, explica o autor de 36 anos, que escreveu “Ou é Tudo Ou Não Vale Nada” num dia e meio numa feira do livro.
Das 21 obras que já publicou – a primeira em 2005 – apenas seis têm o carimbo de uma editora (Marcador). Pedro Chagas Freitas diz compreender a reticência das editoras em apostar em nomes desconhecidos, pois “é preciso bastante investimento para divulgá-lo”. O que não aceita “é que se veja com maus olhos que um autor que quer ser lido vá à procura dos seus leitores”.
Com mais de 650 mil seguidores no Facebook, é através desta ferramenta online que o escritor divulga excertos dos seus livros e conquista muitos dos seus leitores. “Lembrei-me de publicar pequenas passagens, da mesma forma que um cineasta faz um trailer de um filme ou um músico lança um single do seu novo CD. Quem se identificar, vai à procura de mais”, afirma Pedro Chagas Freitas, para quem “não faz sentido fechar a obra quando a internet é um mundo aberto”.
“Conheci-o pelo Facebook”
Ana Maria, uma das leitoras que se dirigiu à Bertrand, é um exemplo do sucesso da estratégia do autor. Ana chegou até Pedro Chagas Freitas através do Facebook, começou por acompanhar as suas publicações diárias e rapidamente se rendeu às palavras do escritor que, na opinião da leitora, “consegue pôr no texto aquilo que muitas pessoas têm vontade de dizer mas não conseguem”.
“Prometo Falhar”, o maior êxito de Pedro Chagas Freitas, foi a primeira obra que Mariana Pereira conheceu do autor. Na verdade, este foi também o primeiro livro português que a jovem de 19 anos leu com gosto. “Gosto do estilo do Pedro Chagas Freitas, cru e objectivo, muito diferente da maioria dos escritores nacionais que têm uma escrita demasiado densa e floreada”, conta a leitora.
Em Espanha e Itália, “Prometo Falhar” foi categorizado como um romance, no Brasil nomeado um livro de crónicas. Chagas Freitas opina: “se tivesse sido escrito por uma mulher era normal, como foi um homem é desconcertante”.
É que, na opinião do autor, ainda existe um certo pudor dos homens gostarem de romances, serem lamechas e partilharem os sentimentos. “Não tenho problemas em admitir que vivo na lamechalândia, mas é mesmo assim, quem está apaixonado hiperboliza tudo”, conta Pedro Chagas Freitas, que já chegou a terminar certos textos em lágrimas, “da forma tão intensa como vivo as personagens”.
O mais recente romance do autor, “Queres Casar Comigo Todos os dias, Bárbara?” tem duas capas distintas que simbolizam duas histórias diferentes: por um lado, um romance com princípio, meio e fim, por outro, o diário dos dois protagonistas. Mais uma vez, “há liberdade para que o leitor leia a obra à sua maneira”.






























