
Abriu nos Silos um estúdio de moda que trabalha em parceria com marcas e que faz peças exclusivas para clientes da região, de todo o país e estrangeiro
Quem passa pela fachada colorida do estúdio-oficina Canto O-F, nos Silos, nas Caldas da Rainha, está longe de saber que ali são confecionadas peças de roupa exclusivas, vendidas para todo o país e estrangeiro, com a assinatura de Joana Jordão, João Marques e Bernardete Carretta. A última é costureira veio do Brasil há alguns anos e trocou Lisboa pelas Caldas para onde veio morar no ano passado.
A costureira teve o seu ateliê em Lisboa, na Fábrica Braço de Prata e hoje divide espaço oficinal nos Silos com Joana Jordão, a designer de moda caldense com quem já tinha trabalhado antes na capital, além de fazer arranjos e peças de raiz de costura.
Por seu lado, a caldense, de 29 anos, ainda era estudante e já trabalhava para várias marcas e autores. Filipe Faísca, Isilda Pelicano, Storytailors foram alguns dos designers com quem trabalhou, além de ter feito figurinismo para a Moda Lisboa. Posteriormente trabalhou para várias marcas, entre as quais a Quebramar.
Por seu lado, João Marques, formado em Teatro na ESAD e em Lisboa, também tem um percurso ligado à moda e à ilustração. O companheiro da designer contou que ambos estudaram Artes Visuais na Escola Secundária Raul Proença e que decidiram regressar à terra natal para abrir um espaço próprio. O casal já tem marca própria, a Yarden, e nas suas etiquetas informa que é Slowly Fashion, além de dedicarem à produção de peças únicas e sustentáveis.
Peças para influencers e realeza
A Yarden vende peças para vários países, através da Edis Fashion, uma plataforma internacional que se baseia na sustentabilidade e no “feito à medida”.
A Edis foi criada uma britânica e uma madeirense e faz a ponte entre os clientes e designers de moda de vários países. Através desta plataforma, Joana Jordão já desenhou peças para Amelia Windsor, que é prima dos príncipes William e Harry, e também para influencers portuguesas ligadas à sustentabilidade e que lhe valeram mais encomendas de peças por norma únicas.
“A plataforma aposta numa política de transparência e dá a conhecer aos clientes cada parcela do valor total que estão a pagar”, contou Joana Jordão. Na factura é discriminado o valor da mão de obra, do marketing e até da percentagem da própria plataforma.
“Sou das designers mais requisitadas, pois dou resposta eficaz e porque trabalho em parceria com a Bernardete”, disse à Gazeta Joana Jordão, que tanto desenvolve peças de roupa como acessórios.
Yarden liga as pessoas a quem faz a roupa como acontecia antigamente
A designer também tem clientes nas Caldas para quem desenha peças exclusivas e com quem faz todo o trabalho de pesquisa e inclusivamente acompanha a cliente na compra dos tecidos. Nalguns casos, imagine-se, até desenha os botões.
“Estamos a trazer a Humanidade de volta à moda, ligando quem compra a quem faz as peças, tal como acontecia antigamente”, referiu João Marques, que é também autor de ilustrações que habitam nas paredes do estúdio e que podem ser colocadas numa das peças de roupa que o cliente queira. O autor também faz retratos, logo é possível criar um desenho e inseri-lo posteriormente na roupa. Uma peça pode custar em média entre os 80 e os 250 euros, dependendo, claro, da complexidade do trabalho.

Os clientes querem comprar a peça de roupa que viram confecionar
“Somos nós que fazemos tudo, não são crianças no Bangladesh e nós damos grande atenção à qualidade e ao detalhe”, disse João Marques, acrescentando que desta forma este tipo de ateliê está “a trazer a Humanidade de volta à moda”.
Bernardete Carretta, que tem entre as suas clientes caldenses a cantora Rebeca conta que, em Lisboa, trabalhava ao vivo, ou seja os seus clientes compravam as peças que tinham acabado de ver costurar. Na sua opinião, dar a conhecer as fases do processo de confecção “é uma forma interessante de agregar mais valor às peças roupa e de atrair mais clientes”, assegura. ■






























