Intérprete, compositora e docente, a caldense atuou no CCC, tendo lotado o pequeno auditório
Patrícia Costa vive há quatro anos no Algarve. É professora de piano no Conservatório de Olhão. Questões de saúde fizeram-na arredar-se da sua carreira profissional e performática durante um ano e meio. “Como tive este convite do CCC, decidi vir, numa espécie de renascer”, disse a caldense que fez encher o pequeno auditório, a 28 de março, com o que apelida de “a minha família grande” e que incluiu os seus familiares e muitos amigos.
No Algarve, Patrícia Costa lida com muitos estrangeiros que lhe manifestam a falta de divulgação da obra da larga maioria dos compositores lusos. “Conhecem muito os autores espanhóis mas, a nível erudito e até ligado ao jazz, conhecem muito pouco. compositores portugueses”, referiu a caldense. Esta atuação acabou por surgir num bom momento pois “há muito que eu queria apostar num repertório só de compositores portugueses”, disse a pianista, interessada em divulgar o que de melhor se faz na música erudita portuguesa. A primeira parte foi dedicada ao período barroco com a interpretação de temas de Carlos Seixas e de Sousa Carvalho.
De seguida, Patrícia Costa trouxe propostas de António Fragoso e de Armando José Fernandes, autores do início do século XX. Somaram-se obras de António Pinho Vargas e de António Victorino D’Almeida. Houve portanto espaço para as tonalidades jazzísticas de Pinho Vargas com a interpretação da canção “Tom Waits” e ainda para Prelúdio I, obra original que foi composta pelo maestro Vitorino d’Almeida. Nota máxima para a obra “Prelúdio I” e para a interpretação da pianista.
António Vitorino D’Almeida é amigo há décadas da família de Patrícia Costa e marcou presença nesta iniciativa onde inclusivamente teve alguma interação com o público presente. Partilhou alguns detalhes não só da carreira da pianista caldense como do seu tema que Patrícia Costa escolheu para interpretar neste espetáculo e que o maestro compôs quando tinha apenas 13 anos.
Mantém ligações com as Caldas
O concerto terminou com um tema composto pela pianista caldense. “Há alguns anos que componho alguns temas”, disse a artista que deu a conhecer “Os Castros”, tema inspirado num filme que o seu irmão Miguel Costa escreveu e que pretende realizar, tendo partilhado com ela o argumento. “Apesar de ainda não teres rodado o filme já tens o argumento e a banda sonora!”, disse a pianista ao irmão, o caldense e realizador de cinema, Miguel Costa.
Patrícia Costa quer agora levar este repertório de compositores lusos a várias salas de espetáculo do país e até do estrangeiro. Na sua opinião, os compositores portugueses “têm obras lindíssimas e que merecem ser ouvidas por todo o lado”. Posteriormente “tenho a ideia de gravar um álbum composto com originais meus”, contou a pianista que gostaria de gravar ainda este ano ou o mais tardar em 2026.
Todo o concerto foi muito aplaudido pelos presentes que no final pediram encore à artista.
Após o concerto, foram muitos os que quiseram conversar um pouco com a intérprete-compositora que tem uma grande família nas Caldas. Patrícia Costa vem todos os meses à sua terra natal, onde vive parte da sua família. “Vive cá o meu filho, irmão e pai e agora terei que vir mais vezes já que vou ser avó!”, disse a pianista à Gazeta das Caldas. Quando vem a casa, matar saudades é imprescindível ir à Foz do Arelho, onde aliás já morou, a S. Martinho do Porto, sem esquecer de fazer uma paragem no Pão de Ló de Alfeizerão.































