Os onze dias do Folio começam na próxima quinta-feira

As palavras de José Saramago juntam-se ao traço do artista popular brasileiro J. Borges, numa exposição de xilogravuras do livro “O Lagarto”. A mostra, em estreia mundial, será inaugurada na tarde de quinta-feira, com a presença da viúva do nobel português, Pilar del Rio, e de Garcia Schnetezer, editor argentino e mentor do livro “O Lagarto”. E haverá musica, com um trio de músicos nordestinos, em honra de J. Borges.
O primeiro dia de Folio faz-se também com artistas a interpretar obras de José Saramago e Fernando Pessoa, com Mega Ferreira a dar uma aula sobre Cervantes e com chefs com duas estrelas Michelin a cozinhar livros. Haverá cinema, exposições, instalações e muitas conversas entre autores, como a do escritor e critico literário José Mário Silva com o prémio Nobel da Literatura em 2001,  N.S. Naipaul.
“O Conto da Ilha Desconhecida”, de José Saramago, deu origem a um espectáculo de teatro-performance, que irá decorrer durante o evento no Jardim Saramago ao final da tarde.
No Santuário do Senhor Jesus da Pedra realiza-se, a partir das 21h00, o quinto concerto da Temporada de Música de Óbidos, pela Orquestra Metropolitana de Lisboa e com música de Beethoven e, na cerca do castelo, pelas 22h30, o cantor e compositor brasileiro Bena Lobo e a portuguesa Marta Hugon, prestam tributo a Edu Lobo, com o espectáculo “São bonitas as canções”.
A Utopia, tema desta segunda edição, será o pretexto para as variadas conversas e reunirá especialistas de várias áreas. Na secção Folio Mais haverá um conjunto de conversas à volta do tema, cujo título é “Jornalismo, utopia e…” Política, Economia, Sociedade, Desporto, Cultura e a Rádio. Durante meia hora a quarenta minutos, sem pausa para café, Henrique Monteiro, António José Teixeira, Catarina Carvalho, Rui Hortelão, Nicolau Santos, André Macedo, Paulo Baldaia, João Paulo Baltazar, José Carlos Vasconcelos, Ana Daniela Soares, Francisco José Viegas, Luís Freitas Lobo e Gabriel Alves, serão alguns dos convidados a falar das suas utopias.
A Matemática também está presente com uma exposição, mesas redondas, um debate na Noite Europeia dos Investigadores e um workshop internacional, onde será dado a conhecer o lado matemático de autores como Proust, Camões, Dostoiévski ou Borges, entre outros, bem como encontrar vestígios matemáticos na tradição oral e escrita.
Quando se assinala o Ano Internacional do Entendimento Global, o comendador Rui Nabeiro, o escritor José Eduardo Agualusa, e o professor universitário Luíz Oosterbeek irão falar sobre o mundo ideal.
A ambulância literária, estacionada na Cerca do Castelo, permite uma consulta por parte de Ella Berthoud e Susan Elderkin e o aconselhamento de remédio, que passa sempre pela leitura de grandes romances.

Comboio literário entre Lisboa e Óbidos

Diariamente existe um comboio literário, com partida na Estação do Rossio às 10h25 e 17h55 e regresso de Óbidos para Lisboa às 15h17 e 00h35. A bordo, durante a viagem, há poemas e livros, assim como protagonistas do Folio entre os passageiros. Serão assegurados transferes entre a estação ferroviária e o local do festival.
Os bilhetes custam 9,50 euros ida e volta ou 5 euros para uma só viagem e dão direito a 50% de desconto na compra de bilhetes para o Folio, à venda na BOL (Bilheteira online). Com o selo “Vá de comboio, não perca este evento”, a CP associa-se ao festival.
Esta edição oferece também aos visitantes uma ferramenta digital que lhes permite acompanhar todos os acontecimentos e gerir a sua agenda pessoal, selecionando o que quer ver. Ao inscrever-se no Folio Digital (folio2016.sched.org/mobile-site), passa a ter acesso à programação que escolheu, assim como a todo o calendário de eventos.  O telefone avisa “Que está na hora para ir ver o que escolheu”, actualiza automaticamente a programação em caso de mudanças e permite, dentro dos prazos estabelecidos e da disponibilidade, a aquisição dos bilhetes.
Esta edição tem um investimento na ordem de meio milhão de euros, assegurado pelo Turismo do Centro (85% comparticipado por fundos comunitários).