Volte atrás
Anuncie
Assine
Login
A casa do pintor naturalista José Malhoa serviu de ponto de partida para a “caminhada emocionante”, que o caldense Mário Lino levou a cabo por Figueiró dos Vinhos e cujo registo vai estar patente a partir de 1 de Outubro no Museu do Ciclismo.
A exposição, denominada “Pinceladas” fotográficas pelos caminhos de Malhoa (e não só), através da objectiva de Mário Lino, reúne duas centenas de imagens, que deram origem à composição de 42 painéis com imagens de 1,5 por 0,5 metros.
Mas antes do raid fotográfico por calçadas, ruas, montes, vales e veredas, o visitante preveniu-se “com uma avantajada fatia de um saborosíssimo pão de ló” e encomendou-se, juntamente com o companheiro de jornada – o amigo Carlos Silva – a Santa Gertrudes, protectora dos caminhantes”, conta Mário Lino no catálogo que acompanha a mostra.
O concelho de Figueiró dos Vinhos é, de acordo com o fotógrafo, uma “enorme montra verde, de uma “farmácia” que continua a oferecer, em embalagem natural, o melhor tonificante para escapar ao stress e despertar olhares e sentidos”.
Nas suas 11 deslocações para a realização deste trabalho, o autor fotografou os cursos de água, as piscinas naturais e o Casal de São Simão, actualmente recuperado, que mostra um núcleo de casas típicas de xisto, com rústicas janelas e varandas coloridas.
Até alcançar, e fotografar, as Fragas de são Simão, Mário Lino e o seu companheiro de viagem percorreram um “solitário atalho, de perfil sinuoso, rodeado de penhascos”. Mas valeu a pena o esforço, pois o fotógrafo descreve o local como se tratando do “éden”.
Nesta aventura por trilhos naturais descobriu também ruínas de um velho povoado, antigos tanques de piscicultura paredes meia com a água e vestígios de uma antiga azenha.
As fotografias dão também conta da história da exploração do ferro no período da ocupação romana, com imagens do que resta da ferraria na Foz de Alge.
“Uma das fontes de riqueza e motor das pontencialidades turísticas de Figueiró dos Vinhos são os cursos de água que cortam a carta hidrológica deste concelho, ainda longe dos circuitos turísticos mais visitados”, refere o autor, referindo-se aos rios Zêzere e às ribeiras de Alge e do Fato.
A ideia desta exposição surgiu de uma conversa com o autarca de Figueiró dos Vinhos aquando de uma outra exposição de Mário Lino naquele local. “José Malhoa construiu uma ponte entre Caldas da Rainha e Figueiró, mas essa ponte nunca foi pavimentada. O meu contributo está dado para fazermos uma ligação mais perfeita entre as duas localidades”, conclui o responsável à Gazeta das Caldas.
A exposição estará patente no Museu do Ciclismo até finais de Outubro, altura em que irá para Figueiró dos Vinhos.
