Olaria portuguesa para conhecer no Museu de Cerâmica

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Está patente, no Museu de Cerâmica, uma exposição de olaria dos séculos XIX e XX que reúne mais de 60 peças da região das Caldas e de outros centros oleiros do país, como Mafra, Barcelos, Nisa, Estremoz e Molelos.
Há também para apreciar, neste espaço museológico, os grandes bichos de Bordalo, na sua maioria peças para jardim, modelos que a fábrica voltou a produzir mais recentemente.
As duas mostras vão estar patentes durante os próximos meses.

Os grandes bichos que estiveram no jardim durante o verão passaram para o interior do museu

Abriu ao público a 4 de Fevereiro um pequeno núcleo da grande colecção de olaria que se encontra na reserva no Museu de Cerâmica e que pretende “criar apetite para aquilo que é nossa colecção”, disse Matilde Coto, a directora daquele espaço museológico referindo ainda que a área da olaria “é muito pedida pelos nossos visitantes”.
A exposição, organizada pelos elementos da equipa daquele espaço, é composta por peças de carácter decorativa e utilitário, e há uma grande diversidade de formas e de funções apresentadas, Entre as obras expostas há várias em que são bem visíveis as marcas do seu uso intensivo.
As obras expostas são oriundas das Caldas, de Molelos, de Mafra, de Nisa e de Barcelos e são na sua maioria de uso quotidiano. Podem ser vistos cantis, fogareiros, cântaros, alguidares, saladeiras, frigideiras ou assadores de castanhas.
Não faltam outras aplicações como uma chaminé ou uma mó de moinho e peças para os animais como uma lura para os coelhos.
Além da funcionalidade, destaca-se a variedade de vidrados usados  – verdes, castanhos, cor-de-mel – assim como podem ser apreciadas peças feitas em barro negro ou em terracota.
Estas 66 peças foram seleccionadas das cerca de 800 que integram a colecção do museu. Há exemplares de peças dos caldenses Eduardo Pereira, Armindo e João Reis e Vítor Mendes. Do centro caldense podem ainda ser apreciadas miniaturas e ocarinas.
A exposição está patente ao público, entre as 10 às 12h30 e das 14 às 17h00, de terça-feira a Domingo, até ao dia 30 de Abril e vão realizar-se visitas e ateliers para os mais novos.

“Bichos de Bordalo” na sala de exposições

“Uma Flor e Oito Bichos” é como se designa a mostra que é constituída por peças de grande dimensão de Rafael Bordalo Pinheiro. Trata-se de um depósito do Grupo de Amigos do Museu de Cerâmica – uma aquisição feita com um subsidio dado pelo município local – e que integra uma cobra, um caranguejo, um lagarto, um caracol, um golfinho mítico e um cavalo marinho, tudo peças de Bordalo que a fábrica, herdeira da sua obra, voltou recentemente a produzir.
A estes exemplares juntaram-se outros como um jarrão de girassóis e uma cabeça de cavalo em terracota de José Fuller, director artístico do Atelier Cerâmico que funcionou naquela espaço onde hoje está o Museu e que foi propriedade do Visconde de Sacavém.
Pode também ser vista uma cabeça de burro em tamanho natural, uma criação de Rafael Bordalo Pinheiro e um conjunto de oito andorinhas – de produção actual –  oferecido pela fábrica ao museu caldense.
Os grande animais bordalianos, durante a Primavera e o Verão de 2010 povoaram o jardim do museu e foram um atractivo para os visitantes. Agora estão de regresso ao interior do espaço museológico até que o tempo melhore. A exposição vai estar patente até ao próximo mês de Maio.

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Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt

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