Natural de Monterrey, México, Guillermo Aguilar-Huerta mudou-se para Berlim em 2007. No ano passado, visitou Portugal pela primeira vez, quando participou no festival MANPOWER, também conhecido como festival da Rua dos Poços, em Lisboa. Foi aqui que conheceu Pedro Bernardo, responsável pelo Museu Bernardo, que o convidou a expor nas Caldas da Rainha.
Um ano depois, Guillermo Aguilar-Huerta apresenta In Situ, uma exposição inspirada no universo e na mecânica industrial, que ganha forma através de materiais orgânicos, como o cartão, o plástico e a madeira.
“Na altura em que me mudei para Berlim queria comprar materiais de arte, mas eram tão caros que optei por trabalhar com materiais recicláveis, mais baratos, mas igualmente bons”, explicou o artista à Gazeta das Caldas.
As figuras geométricas e as cores fortes são outros dois elementos que saltam à vista nas obras de Guillermo Aguilar-Huerta, que recorre frequentemente aos padrões tradicionais mexicanos. “Apesar de não gostar de matemática, trabalho muito com a geometria, pois é o que me permite dar uma forma bela às coisas”, esclareceu o artista de 33 anos, que também se inspira nos movimentos cubistas e futuristas.
Na primeira sala do Museu Bernardo, Guillermo Aguilar-Huerta deparou-se com uma dificuldade à hora de montar todos os elementos: tanto as paredes como o chão têm inscritas outras duas obras, “por isso tive que criar uma instalação que se adaptasse e unisse ao que já existia”. A obra principal da exposição encontra-se no final do percurso e corresponde ao fragmento de uma galáxia, uma peça cheia de cor e contrastes.
O Museu Bernardo foi também palco para algumas estreias de Guillermo Aguilar-Huerta, que nunca tinha trabalhado a conjugação entre o preto e o branco nem feito esculturas em acrílico.
In Situ apresenta ainda uma peça inspirada em Portugal, de cores mais sóbrias. Isto porque, Guillermo Aguilar-Huerta faz questão de, sempre que expõe em países diferentes, criar obras que o remetam para esses lugares. Para isso, e no caso desta exposição, o artista pernoitou em algumas divisões do Museu Bernardo.
Todas as peças da exposição foram criadas especialmente para esta mostra, um trabalho que foi desenvolvido ao longo de três semanas e que resulta da residência artística de Guillermo Aguilar-Huerta no Museu Bernardo, que exibe In Situ até ao próximo dia 16 de Janeiro.
De regresso a Berlim, o artista mexicano pensa voltar às Caldas no próximo ano com o tema dos azulejos.
Maria Beatriz Raposo
mbraposo@gazetadascaldas.pt






























