Vida e obra de Álvaro Cunhal em exposição no Museu do Ciclismo

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Notícias das Caldas
Exposição de Álvaro Cunhal | D.R.

“O PCP, o país e a nossa história são o que são porque Álvaro Cunhal existiu, lutou, sofreu e trabalhou por todos nós”. Palavras de Ângelo Alves, da Comissão Política do Comité Central do PCP, que esteve presente na inauguração da exposição sobre a vida, pensamento e luta de Álvaro Cunhal, que decorreu no passado dia 12 de Abril no Museu do Ciclismo.
O convidado disse que esta é uma homenagem “indispensável” ao homem, revolucionário e artista, lembrando a sua vida inteiramente dedicada à liberdade, à Democracia e ao Socialismo.
Nascido em Coimbra em 1913, Álvaro Cunhal iniciou a sua actividade revolucionária quando era estudante de Direito na Universidade de Lisboa. Foi dirigente associativo, militante da Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas e em 1931 aderiu às fileiras do PCP, passando, quatro anos depois, a integrar o quadro de militantes clandestinos deste partido. Conheceu o exílio e a prisão.

Em 1961, ainda durante a clandestinidade, foi eleito secretário-geral do PCP. Após o 25 de Abril foi ministro sem pasta, deputado à Assembleia Constituinte e Assembleia da República, membro do Conselho de Estado, mantendo-se membro do comité central do PCP até à sua morte.
“Álvaro Cunhal é um dos maiores exemplos de tenacidade, abnegação, e coragem”, disse Ângelo Alves, referindo-se aos 13 anos que este esteve preso nas cadeias fascistas, oito dos quais no mais completo isolamento. Em Peniche, o militante comunista evadiu-se da cadeia em 1960, juntamente com nove camaradas, numa “fuga espectacular, que constituiu uma humilhante derrota para a PIDE e que revelou a capacidade de organização do PCP”, destacou.
Segundo Ângelo Alves, o histórico comunista deu também uma “contribuição relevante” para o 25 de Abril, com a sua obra teórica “Rumo à Vitória” onde, a partir da caracterização da situação política portuguesa, apontava a via para o derrubamento do fascismo, definia a política de alianças sociais necessárias e as tarefas do partido.
Para além disso, teve uma vasta intervenção no plano intelectual e interesse pela criação artística, destacando-se a tradução da obra de Shakespeare, Rei Lear, e a publicação dos seus livros “Até manhã camaradas” e “Cinco dias cinco noites”, entre outros.
Sete anos depois do seu desaparecimento, a “vida está-lhe a dar razão”, considera Ângelo Alves, recordando a sua posição quanto aos problemas nacionais e as suas consequências, à validade das teses marxistas-leninistas e à sua visão do mundo.
O militante comunista lembrou que Álvaro Cunhal era avesso a cultos de personalidade, mas, paradoxalmente, tornou-se “numa das figuras históricas de Portugal porque abraçou uma causa e inseriu-se num colectivo que defendeu – o PCP”.
A exposição, organizada pela concelhia caldense do PCP, contempla aspectos da vida política, artística e social do histórico comunista e pode ser apreciada até ao próximo dia 25 de Abril.
Hoje à noite, pelas 21h00, o poeta, dramaturgo e ensaísta, Domingos Lobo, é o convidado para uma sessão pública sobre esta personalidade.

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