
Mário Branquinho quer trabalhar em rede e vai candidatar a estrutura à DGArtes para apoios à programação.
Mário Branquinho está a trabalhar no CCC, desde o início do mês, depois de ter vencido o concurso público para o cargo. A apresentação do novo diretor decorreu a 15 de dezembro perante uma plateia de vários agentes culturais e ligados à educação da região.
O dirigente encara a vinda para o CCC como “um enorme desafio” e diz-se pronto para colocar a sua experiência ao serviço deste equipamento. “E é possível fazer do CCC uma referência na região, no país e além-fronteiras, sob a bandeira da qualidade”, garantiu Mário Branquinho, que pretende apostar na sustentabilidade ambiental. O responsável diz que quer um CCC eco-friendly ou não fosse oriundo “de um festival de cinema de ambiente”. Afirmou, ainda, que vai dar atenção aos congressos e assim “contribuir para a sustentabilidade financeira do equipamento”, salientando também que estará atento à área do turismo de negócios.
Mário Branquinho comprometeu-se a apostar numa programação cultural abrangente que vai dar atenção às várias áreas artísticas. Pretende que o CCC seja também “um local de acolhimento, sem descurar o apoio à criação através de residências artísticas e co-produções”. Será feita uma aposta no CCC fora de portas, extravasando as atividades para espaços como as freguesias e também em jardins. E depois irá, também, “repensar e inovar alguns dos festivais que o centro cultural organiza”.
No caso das exposições pretende “criar um comité, pois a ESAD.CR e o Centro de Artes farão parte das orientações artísticas para as mostras”, acrescentou o novo diretor, interessado na aposta nos serviços educativos e que pretende “fazer uma candidatura robusta que permita financiamento à programação”. Mário Branquinho acredita que uma nova candidatura da Câmara a estes apoios possa ser bem sucedida, depois de o CCC ter ficado de fora da primeira edição do Concurso de Apoio à Programação da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses, programa da Direção-Geral das Artes (DGArtes).
Américo Rodrigues, o diretor-geral da DGArtes, relembrou que o CCC já faz parte da Rede Nacional de Teatros que possui 84 equipamentos por todo o território. “Já tem a credenciação agora precisa de apoio à programação”, referiu o responsável, acrescentando que o equipamento poderá concorrer ao patamar dos 200 mil euros por ano, por quatro anos e que só abre de dois em dois anos. “É um programa exigente, pois implica que a autarquia também contribua com igual valor”, referiu o responsável. Na sua intervenção Américo Rodrigues salientou que a programação “não pode ser uma mera sucessão de eventos, mas sim um contínuo de programação de qualidade, que tem que ser acompanhada por apoio e estímulo à criação”.
O CCC “tem que apoiar os criadores que residem no território”, disse o diretor-geral, acrescentando que estes equipamentos têm que estabelecer uma relação permanente com criadores locais, sejam “grupos de teatro, de dança, associações de música, de artes plásticas e criadores individuais”. Tem, ainda, de trabalhar com as escolas, com os idosos, com quem está nas prisões e em hospitais psiquiátricos. O presidente da Câmara das Caldas fez referência ao encerramento do ciclo iniciado por Carlos Mota e espera que o novo diretor tenha o conjunto de meios necessário ao desenvolvimento do trabalho deste equipamento, “que é importante para todo este território e como tal deve ter uma abrangência maior”.
Vítor Marques afirmou, ainda, que nos anos anteriores as transferências da Câmara para o CCC foram na ordem dos 350 mil euros por ano e, com esta verba, “fizeram-se verdadeiros milagres”.
A vereadora da Cultura, Conceição Henriques referiu-se ao processo de seleção do diretor, contado que foram rececionadas 28 candidaturas, avaliadas por cinco elementos. Deste total, foram selecionados seis candidatos e, no final, Mário Branquinho foi o escolhido para o CCC que se quer “eclético, inclusivo, gerador de cultura e que colabore em rede com os atores locais”. Fez questão de referir que “ninguém conhecia pessoalmente” Mário Branquinho e que se apostou em alguém que tem uma visão de fora “de onde se vê tudo enquanto que, de dentro vê-se apenas uma pequena parte”.
Por seu lado Pedro Braz, o presidente da CulturCaldas, salientou “a vertente humana” do novo diretor, algo que aquela casa “já estava a precisar”. Aquele responsável sublinhou “o trabalho árduo” que a toda a equipa do CCC teve durante os meses em que o equipamento esteve sem diretor. ■






























