“Navego” é a exposição que inaugura amanhã, 18 de Junho, na Casa dos Barcos (Parque) pelas 16h00.
Nela estão patentes oito conjuntos obras de cerâmica e dez peças de joalharia da autoria de Sara Maria Ferreira, artista que vive em Lisboa, mas que há cerca de um ano escolheu as Caldas para aprofundar os seus conhecimentos em cerâmica.
Com formação em engenharia civil (profissão que exerceu durante oito anos), Sara Maria resolveu virar a vida do avesso quando ficou desempregada. Assim que regressou de Moçambique (onde fez voluntariado e chegou a apanhar malária), abriu um atelier em Lisboa, começando por dedicar-se à joalharia. “Queria fazer aquilo que realmente gostava e a verdade é que o bichinho das artes sempre esteve presente, só que na altura, influenciada pelo meus pais, formei-me engenheira”, conta a artista de 36 anos.
Rapidamente surgiu a vontade de trabalhar com peças maiores e desse desejo ao encontro com a cerâmica deu-se um pequeno passo. “Há um dia em que oiço falar dos Silos – Contentor Criativo e contactei o Nicola Henriques, que passado pouco tempo me mostrou as Caldas. Rapidamente percebi que esta era a cidade ideal para aprender mais”, explica Sara Maria, que depois se inscreveu em três cursos do Cencal (Pintura em Cerâmica, Eco-cycling e Ciclo dos Mestres Barristas).
“Pelo que aprendi nas Caldas e pela forma como fui bem recebida quis organizar a exposição nesta cidade”, revela a artista, que escolheu a Casa dos Barcos como espaço expositivo porque se enquadrava perfeitamente no tema da exposição: a natureza.
A designação da mostra – “Navego” – faz referência aos muitos quilómetros feitos de carro (ainda quando trabalhava como engenheira) e que serviram de inspiração para a criação das peças. “Nessas viagens tinha oportunidade de contemplar a natureza e aperceber-me de como me identifico com aspectos que lhe são próprios, como a sua resiliência, a pureza e auto-regeneração”, explica Sara Maria, que nesta exposição faz a ligação entre o ser humano, o mundo e a natureza e utiliza, além da cerâmica e da prata, materiais como o ferro e a madeira.
O conjunto das peças de cerâmica inclui folhas, troncos, ovos, um coração (que simboliza o elemento comum a todos os humanos) e uma obra inspirada no termo serendipidades (coisas agradáveis que são descobertas por acaso). Todos os exemplares são únicos, feitos um por um sem recurso a moldes, e foram elaborados no atelier do ceramista caldense Pedro Braz.
A exposição “Navego” está patente até 25 de Junho.































