Nasty World, uma banda que nasceu da nova geração de hardcore caldense

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NastyWorldAmador Fernandes e Gaspar Santos já se conheciam de outras bandas, “literalmente”, pois formaram juntos os Another Jet Lag e os Morde a Rolha, dois grupos locais que entretanto terminaram. Quando entraram no mundo dos concertos de hardcore conheceram Adolfo Ferreira e Duarte Pereira, os dois elementos que viriam a completar os Nasty World, uma banda caldense que surgiu em 2013. Nesse mesmo ano, os quatro amigos gravaram o seu primeiro trabalho, o “EP 2013”, um conjunto de cinco faixas cheias de energia. Após dois anos, e com temas novos já finalizados, prometem novidades para 2016.

“B.I. da Banda”

Banda:
Nasty World

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Membros:
Amador Fernandes (voz), Adolfo Ferreira (guitarra), Duarte Pereira (baixo) e Gaspar Santos (bateria)

Género musical:
Hardcore

Discografia:
EP “EP 2013” (2013)

Onde ouvir:
nastyworld.bandcamp.com/

Por vezes são precisas várias experiências até que um músico encontre o género em que se sente mais confortável. Amador Fernandes, vocalista dos Nasty World, deu voz a duas bandas de rock antes de descobrir que o hardcore era a sua verdadeira “praia”. “Sempre gostei de música pesada e encontrei no hardcore e no punk uma liberdade maior”, afirma o jovem de 23 anos, revelando que nos concertos de hardcore percebeu o que significava “sentir a música, sem pensar em mais nada, apenas em divertir-me”.
Por outro lado, Adolfo Ferreira, guitarrista de 31 anos, inclui no currículo musical várias bandas de hardcore, enquanto o baixista Duarte Pereira divide o seu tempo entre Nasty World e Füzz, outra banda caldense, caracterizada por uma sonoridade rock. Resta Gaspar Santos, o baterista, que inicialmente não era grande fã de hardcore, facto que, aos olhos de Amador Fernandes, foi uma vantagem para a banda. Com as várias influências musicais, e não apenas o hardcore, “o Gaspar dá um toque diferente às músicas e não é igual a todos os outros bateristas”.
Os Nasty World não tardaram muito em lançar o primeiro trabalho, ao qual não atribuíram um nome. Chamemos-lhe “EP 2013”, devido ao ano de lançamento. São cinco músicas, algumas delas mais longas daquilo a que o hardcore habitua, pois geralmente cada tema dura, em média, pouco mais de um minuto. O vocalista explica à Gazeta das Caldas que “os Nasty World fugiram ao formato, mas sem nunca terem falado ou acordado sobre isso, simplesmente foi assim que saiu”.
A vontade de gravar o EP, que foi produzido por Nelson Rodrigues, no estúdio Tigre Anão (Silos), surgiu da necessidade de fazer um registo de algumas músicas, com qualidade suficiente para serem enviadas às organizações dos concertos. “De nada serve ter uma banda se esta não tem material para mostrar”, salienta o vocalista, acrescentando que no mundo da música é fundamental “perder a vergonha, para fazer contactos e tentar arranjar concertos”.
A mensagem das letras da banda relaciona-se bastante com o seu próprio nome, “Nasty World”, que significa “Mundo Sujo/Nojento”: as letras evidenciam um mundo onde ainda existem fascistas, embora as pessoas fechem os olhos a esta realidade, um mundo em que o dinheiro tem demasiada importância, gerando desigualdades, mas também um mundo impregnado de preconceitos, no que diz respeito à forma como cada um se veste e ao estilo que adopta. No primeiro trabalho, os Nasty World não esqueceram as suas origens, fazendo questão de dedicar um dos temas – “Pride” – às Caldas da Rainha.
Nos dois anos que passaram desde o lançamento do “EP 2013”, a banda caldense concluiu mais alguns temas, que ainda não estão gravados, mas irão incluir-se no próximo EP (gravação mais curta que um álbum). “O segundo trabalho é bastante pessoal, reflecte mais sobre os próprios elementos da banda do que sobre aquilo que se passa ao nosso redor”, conta Amador Fernandes, que espera ver o EP lançado no próximo ano.
Os Nasty World são mais uma banda que nasceu da nova geração de hardcore caldense, que tem vindo constituir-se uma referência a nível nacional. Desde o princípio que Amador Fernandes acompanha este crescimento. “De repente começaram a aparecer miúdos nos concertos, que não faziam ideia o que era o hardcore, depois formaram-se novas bandas… em todos os concertos eles estavam lá, como se aquilo fosse um ritual”, explica o vocalista de Nasty World, admitindo, contudo, que actualmente o ambiente está mais calmo.“Alguns já se fartaram e não aparecem tanto… é como tudo, uns vão outros ficam”.

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