Início do concerto do 15 de maio será assegurado por músicos locais, convidados por Nelson Dias
Lembra-se de, em miúdo, ir às cavalitas do pai assistir aos concertos na véspera do Dia da Cidade. É dessa forma que se recorda de ter assistido às atuações dos GNR ou de Rui Veloso.
Agora chegou a sua de atuar e de apresentar canções no dia da sua terra natal. Nelson Dias, 41 anos, dá corpo e alma ao projeto Cauda de Tesoura e atua em bares na região e não só. Integra também vários projetos de originais que lhe dão mais gozo mas, na verdade, é a Cauda de Tesoura “que me paga as contas ao fim do mês”, disse o músico à Gazeta das Caldas.
E será com este projeto musical que vai abrir o concerto dos HMB na véspera do 15 de Maio. Muitas vezes, Cauda de Tesoura também funciona em trio e foi com essa formação que o projeto assegurou a primeira parte do concerto de Pedro Abrunhosa em Rio Maior em 2022.
Nelson Dias subirá ao palco junto à autarquia com músicos que habitualmente tocam com ele: Zé Costa (cordas), Ivo Santos (bateria) e Jéssica Cipriano (voz).
“É um convite muito especial poder atuar no concerto da Cidade”, disse o músico que vai atuar durante uma hora. Começará de “forma tranquila” e promete que haverá algumas canções em português. Certamente serão interpretados temas de Bob Dylan e a fechar de António Variações, uma versão da canção “Quero é Viver”.
Ainda jovem, Nelson começou por ter a banda do bairro e, desde cedo, que se dedica a compôr originais.
Primeiro, com Ivo Santos, Nelson Dias formou os Bridge Under Water e o duo ganhou, nos Açores, o Lobo Jovem e um concurso de música em Lisboa que lhes permitiu fazer um videoclip. Atualmente pertence a grupos onde as canções próprias continuam a ser o mote: aos The Rising Sun Experience, uma banda de Lisboa que já vai no segundo álbum, editado em vinil, e ainda aos Walking River Trunk com Zé Costa.
Neste último “dedicamo-nos ao folk e blues, com inspirações de Simon & Garfunkel e também Neil Young”. As canções desta dupla, que estão disponíveis nas plataformas digitais, já se ouviram em eventos como o Fólio e a Feira dos Frutos. Na edição de 2017 deram um concerto “muito bonito” pois, apesar da chuva miudinha, ninguém arredou pé da atuação. Esta fechou com a versão de “Sound of Silence” de Simon & Garfunkel e que ficou na memória de quem assistiu.
Os Walking River Trunck permitiu ao músico encontrar “uma identidade própria sobretudo a nível vocal” e há gravações das canções deste projeto feitas no estúdio do Centro da Juventude, com a ajuda de Tiago Sábio.
“Há sempre ideias para fazer mais coisas novas e vontade de atuar com outros convidados”, referiu o músico que tem várias referências desde Bob Dylan, Neil Young, além de Zeca Afonso, Jorge Palma, Sérgio Godinho e ainda Manuel Cruz.
Nelson Dias dá, em média, quatro a cinco concertos por semana enquanto que, nos meses de verão, atua todos os dias. Nas suas atuações, além de cantar conta várias estórias sobre os temas e o seu simbolismo. E há uma grande vantagem na gestão de Cauda de Tesoura que pode funcionar apenas com Nelson Dias, em duo, em trio e com mais convidados. O projeto, que assim se designa por causa do nome de um peixe, permite ao caldense viver apenas da música num país que tem um mercado pequeno, e onde é difícil chegar ao grande público. De qualquer modo, Nelson Dias não pensa em desistir. Além da região Oeste, com a Cauda de Tesoura chega a outras localidades como Águeda, Coimbra, Portalegre, Castanheira de Pera e terras algarvias.






























