Situado na Rua Direita, no centro da vila, o Museu Municipal funciona como centro de especialização no património e cultura de Óbidos, com foco na pintora Josefa de Óbidos. O último contributo para esse acervo foi a cedência do quadro “Natureza morta com cesto de folares, flores e pano bordado”, em finais de Novembro do ano passado, que se encontra em exposição e tem suscitado a curiosidade de bastantes visitantes, inclusivamente de pessoas de Óbidos.
Ana Calçada, coordenadora da Rede de Museus e Galerias, refere que pretendem arranjar mais parceiros e criar um centro “cada vez mais forte em que a Josefa seja o grande mote”. Para além das obras da pintora obidense do século XVII, este espaço museológico possui um acervo ligado ao património, identidade e comunidade deste concelho. Foi o museu mais visitado na vila em 2018, com 11.080 visitantes, dos quais 7397 foram estrangeiros e 3388 foram portugueses. Houve ainda 295 grupos que visitaram este espaço museológico.
Em 2017 o mesmo museu tinha recebido 7877 visitantes, dos quais 61% foram estrangeiros e também contaram com a presença de 482 grupos.
O Museu Paroquial, situado na Igreja de S. João Baptista, divulga o acervo patrimonial ligado à Igreja e à Misericórdia de Óbidos e promove exposições temáticas. Patente está a mostra
“Do Povo ao Rei”, sobre o Santuário do Senhor Jesus da Pedra. Também neste espaço a maioria dos visitantes são estrangeiros. Em 2018 recebeu 3890 visitas, das quais 60% foram estrangeiros e 40% portugueses. Foram perto de 700 os grupos que também visitaram este espaço durante o ano passado.
Em 2017, o Museu Paroquial foi visitado por 2929 turistas, dos quais 67% foram estrangeiros. Receberam ainda nesse ano mais de 400 grupos.
Situado na Praça de Santa Maria, o Museu Abílio ganhou o nome do cenógrafo e figurinista que viveu em Óbidos, juntamente com a mulher, a designer Maria José Salavisa. Este espaço é dedicado às artes da representação gráfica, cenografia e diferentes formas de expressão artística no palco. Actualmente encontra-se patente a exposição
“Do Paraíso ao Inferno Vicentino”, que junta Abílio Mattos e Silva com José Carlos Barros, dois cenógrafos que trabalharam na reabertura do Teatro D. Maria em 1978.
No museu podem ser vistas as peças de tapeçarias do Auto da Geração Humana criadas por Abílio Mattos e Silva, o vestido que Eunice Muñoz levou ao palco em 1978 e as marionetas de José Carlos Barros.
Nos pisos inferiores estão desenhos de Abílio Matos e Silva dos outros autos de Gil Vicente e numa outra sala está uma pintura original de Lima de Freitas com as marionetas de José Carlos Barros do D. Quixote, de Cervantes.
Muitas escolas já visitaram a exposição, numa articulação com os serviços educativos, tendo em conta que o Auto da Barca do Inferno é matéria curricular no 9º ano de escolaridade.
“De Lisboa até Coimbra já tivemos visitas de escolas à exposição Do Paraíso ao Inferno Vicentino”, resume Ana Calçada, acrescentando que é preciso que as pessoas se habituem a olhar para os museus como um espaço não só para apreciar mas para partilhar conhecimentos.
Em 2018 este museu esteve fechado por questões logísticas. Ainda assim, recebeu 4457 visitas. De registar que é o espaço onde o número de visitas de portugueses (2072) mais se aproxima do dos estrangeiros (2385). No ano anterior este espaço foi visitado por perto de 6000 pessoas.
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Brasileiros são os principais visitantes
De acordo com Ana Calçada, os espanhóis têm sido os estrangeiros que mais visitam os museus obidenses, mas no ano passado estes foram ultrapassada pelos brasileiros. Também se tem verificado mais visitas por parte de turistas oriundos da Rússia, do Japão e da Coreia.
A responsável pela Rede de Museus e Galerias de Óbidos salienta que o facto do maior número de visitantes serem estrangeiros é comum a todos os museus, mas também a quem visita Óbidos. “Continuamos a ter um interesse muito particular dos estrangeiros em perceber a história de Óbidos, daí o esforço de criar no Museu Municipal um centro de especialização no património e cultura, com foco em Josefa de Óbidos”, explicou à Gazeta das Caldas.
No ano passado registaram-se dois picos “anormais” de visitas em Maio, Junho e Dezembro. Ana Calçada ainda não tem um explicação para esse aumento, mas refere que o bom tempo terá ajudado as pessoas a deslocarem-se e passear mais.
A trabalhar na Câmara de Óbidos desde 2008, e com dados desde essa altura, a responsável diz que tem-se verificado uma tendência crescente no número de visitantes. “Houve um pico em 2008, depois baixa um pouco nos anos de crise, começa a subir a partir de 2013 e este ano tivemos um número muito interessante de visitantes”, resume.
Cada museu conta com um único funcionário e à segunda-feira estão fechados, estando as galerias abertas para que os turistas possam ter espaços culturais para visitar. As entradas são gratuitas.