A partir do dia 1 de Janeiro, os museus de José Malhoa e da Cerâmica não vão fechar à hora do almoço. Esta é apenas uma das muitas medidas de reorganização dos museus, agora sob a coordenação da Direcção Regional de Cultura do Centro (DRCC).
Também está a ser realizado um levantamento sobre as necessidades dos diferentes espaços. Já foram detectados problemas de acessibilidade e mobilidade no Palacete do Museu de Cerâmica enquanto que no Museu de José Malhoa irá haver uma cafetaria.
O Museu da Nazaré, cujo edifício se tem vindo a deteriorar seriamente, vai instalar-se noutro local da Confraria da Nazaré até ser encontrada uma solução para um novo espaço. Também a bilhética será mudada mas Artur Côrte-Real, da DRCC, garante que as entradas não deverão aumentar mais do que um euro. O primeiro objectivo é aumentar o número de visitantes para atingir mais 25% de afluência em cada espaço.
Quem quiser visitar os museus caldenses Malhoa ou da Cerâmica ao meio dia, terá essa possibilidade a partir de 1 de Janeiro, pois os museus deixam de encerrar para almoço. Esta é apenas uma das muitas mudanças em curso nos museus que vão passar a ter horários alargados. No Inverno vão funcionar entre as 10 e as 17h00 e no Verão até às 19h00.
“Numa cidade como as Caldas, com grande afluência turística, os museus não podem estar encerrados à hora do almoço”, disse Artur Côrte-Real. Além do mais, as lojas dos museus têm que ser mais atraentes e devem ser também espaços identitários das regiões. Estão pois a ser desenvolvidos novos produtos que vão salientar Bordalo Pinheiro e José Malhoa para os museus da Cerâmica e Malhoa, respectivamente. Até porque os museus precisam de garantir “a sua sobrevivência sob o ponto de vista da sustentabilidade”, disse.
Segundo aquele responsável já estão programadas todas as exposições temporárias para o próximo ano nos museus coordenados pela DRCC. “Os barcos de Aveiro vão viajar para a Castelo Branco e de lá virão as colchas. Das Caldas será preparada uma exposição de cerâmica”, contou.
Serão salvaguardados os interesses locais, garantiu o director dos bens culturais. No Verão, vai realizar-se uma grande exposição na área do vídeo, fotografia e artes plásticas em Castelo Branco e no Museu da Guarda e, possivelmente, viajará para as Caldas da Rainha no final do Verão.
Este responsável deslocou-se recentemente às Caldas para fazer um primeiro levantamento dos principiais problemas do Museu de Cerâmica. “O facto do Palacete estar “escalpelizado”, sem reboco pode provocar danos nas suas colecções, pelo que temos que estudar este facto”, disse. Côrte-Real considera ainda que os jardins do museu têm que ser repensados e podem captar mais interesses dos visitantes. O responsável já conhece a boa dinâmica da oficina de cerâmica deste museu.
Além do mais, este responsável quer reforçar as ligações com as escolas e conservatórios pois constitui uma dinâmica forte para “podermos captar mais visitantes”. Segundo Artur Corte-Real, a DRCC adiou o concurso para directores para 2013, quando inicialmente esteve previsto para se realizar em Dezembro. Por agora, Matilde Couto encontra-se à frente dos três museus – Malhoa, Cerâmica e Nazaré – por nomeação e nos museus caldenses está o coordenador Carlos Coutinho e no da Nazaré, Dóris Santos.
Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt
O caso da Nazaré é “a antítese de um museu”
O Museu Dr. Joaquim Manso é “a antítese do que deve ser um museu”, disse. As condições onde se encontra o espaço “estão a deteriorar-se gravemente por isso vamos deslocalizá-lo”. O museu vai ser transferido para uma ala do Palácio Real que pertence à Confraria de Nossa Sra. da Nazaré e, por isso, só poderá ser visitado durante o Verão naquele espaço. Assim, será possível manter as colecções e sobretudo “a dignidade para quem lá trabalha e para quem o visita”, disse Côrte-Real.
N.N.






























