O Museu Municipal de Óbidos reabriu a 27 de setembro com um novo programa museológico e cultural que aposta em experiências interativas e imersivas, tornando a visita mais inclusiva
À entrada do Museu Municipal, a rainha D. Maria I dá as boas vindas aos visitantes. Explica quem foi, o que fez e a sua ligação a Óbidos e pode fazê-lo em quatro línguas: português, inglês, espanhol e francês, tendo em conta que cerca de 70% dos visitantes são estrangeiros.
Este quadro, que faz uso da Inteligência Artificial, é uma das quatro estruturas interativas estão disponíveis no espaço museológico e encontra-se de frente para a obra original, a pintura “o retrato de D. Maria I”, datada de finais do século XVIII. No primeiro piso, na Sala dos Retábulos, o historiador Bruno Silva faz uma explicação, virtual, da coleção de pinturas e esculturas em talha dourada que ostentavam os altares das igrejas durante os séculos XIV e XVI. Na sala ao lado, é o beneficiado Faustino das Neves quem “fala”. Ele, que foi provedor da Santa Casa da Misericórdia e está sepultado na Igreja de Santa Maria, foi pintado por Josefa d’Óbidos e apresenta a sala dedicada à pintora obidense. A vida e obra de Josefa d’Óbidos pode também ser conhecida numa projeção de vídeo (com recurso a seis câmaras), num ângulo de 270º, ocupando três paredes da sala.
Por último, os participantes podem completar diversos puzzles, dos quadros expostos da pintora obidense, nos quatro dispositivos tecnológicos que existem ao seu dispor.
Esta integração de novas tecnologias permite melhorar a experiência do público, valorizar as coleções e reforçar a divulgação do património cultural. Entre as vantagens estão o maior acesso às obras, a preservação digital do acervo e a criação de novas formas de interação e aprendizagem. O investimento foi de 74.980 euros e, de acordo com o presidente da Câmara, Filipe Daniel, tem por objetivo adaptar o Museu Municipal aos tempos atuais, dando-lhe alguma inovação e tecnologia, também para atrair outro tipo de público, nomeadamente estudantes. “Todas as obras permanecem no museu, mas agora existe uma interação e relação imersiva com elas”, explicou o autarca, acrescentando que este é um exemplo do que pretendem fazer na Praça da Criatividade. Para aquele espaço estão previstas projeções das experiências: Artes e Ofícios, Óbidos ao Longo dos Tempos e Passeio de Bateira. “Tudo isto para que possamos ter mais pessoas a visitar Óbidos, com uma nova centralidade na Praça da Criatividade e que possamos, a partir dali, projetarmos tudo o que existe de melhor no nosso concelho, desde a lagoa ao aqueduto, às aldeias históricas”, referiu. O objetivo é que, com estas experiências imersivas, “fixar as pessoas mais tempo, para dar um estímulo à economia, nomeadamente à restauração e hotelaria”, explicou Filipe Daniel, que acredita que estas possam estar implementadas até ao final do primeiro semestre de 2026.
O autarca informou ainda que estão a delinear a ideia de uma tenda domo (uma espécie de iglô) para poder levar às escolas a projeção sobre a história de Óbidos em várias versões.
A autarquia já está a trabalhar com uma empresa que dinamiza os documentários “Os Lugares de Outrora”, na realização de um projeto do concelho e das sete freguesias, que será depois também disponibilizado às autarquias de base.
“Foi-nos proposta esta prestação de serviços e aceitámos porque tem a identidade do território, que queremos finalizar e que depois as pessoas se identifiquem com aquilo que eram as histórias das várias localidades”, explicou o autarca, adiantando que o trabalho ficará patente em diversos espaços do concelho, para as pessoas ficarem a conhecer todo o território.


































