
“Como a anestesia mudou o mundo”, assim se designa a exposição que se encontra patente no Museu do Hospital e das Caldas até 26 de Abril. A mostra itinerante da Sociedade Portuguesa de Anestesiologia (SPA) é composta por 24 painéis com textos, fotografias e ilustrações científicas, que documentam a evolução das técnicas anestésicas, antigos e novos fármacos, a actualidade e o futuro desta especialidade médica.
Reporta-se a 16 de Outubro de 1846 a primeira demonstração pública da anestesia geral. O americano William Morton, dentista e especialista no fabrico de dentaduras, inventa um inalador, contendo éter, que possibilita ao doente permanecer imóvel e sem dor durante uma operação.
Ao nível do parto, a referência ao primeiro parto sem dor é o da rainha Victória, em 1953, quando deu à luz o seu oitavo filho. O médico inglês Jonh Snow administrou-lhe clorofórmio através de um lenço durante o trabalho de parto, que ficou conhecido como parto à la reine.
De acordo com informação da SPA, a anestesiologia foi o maior estímulo ao desenvolvimento da cirurgia geral e, mais tarde, de todas as especialidades. Também intervém nos momentos mais extremos, no limiar da vida e da morte, desde o trabalho de parto, até aos cuidados paliativos, “que estão a ser cada vez mais requisitados”, explica Joaquim Urbano, director do serviço de Anestesiologia do CHO, e o impulsionador da vinda da mostra às Caldas.
O médico Joaquim Urbano começou como interno de Anestesiologia em 1982 e concluiu pouco depois a especialidade. Foi a dedicação de um seu professor com aquele serviço, em Coimbra, que o inspirou a seguir a área. “A génese da anestesia é o controlo da dor, mas foi sofrendo uma evolução grande ao longo dos anos”, disse, acrescentando que esse controlo começou por ser por via inalatória, com éter, clorofórmio e outros gases anestésicos, passando depois para administração por via endovenosa e, posteriormente, com técnicas mistas.
Todas essas técnicas, os antigos e novos fármacos, a história da anestesiologia e as áreas de actuação dos especialistas, podem ser vistas nos 24 painéis de grandes dimensões que se encontram patentes no Museu do Hospital e das Caldas.
“Como a anestesiologia mudou o mundo” é uma exposição itinerante que desde 2014 anda a percorrer o país.
De acordo com Dora Mendes, responsável pelo Museu do Hospital e das Caldas, trata-se de uma mostra que se enquadra nos objectivos deste espaço museológico, até porque o CHO tem esta especialidade. “Temos uma vertente histórica associada ao Hospital Termal mas a ligação com as exposições clinicas também está sempre presente”, disse.






























