Museu Dr. Joaquim Manso prestes a ficar em gestão corrente

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Joaquim Manso
Com o final da comissão de três anos, Dóris Santos vai manter-se durante 90 dias à frente do museu, em gestão corrente

Foi conhecida na passada semana a não recondução de Dóris Santos no cargo de director do Museu Dr. Joaquim Manso, na Nazaré. Assim, o museu nazareno entra em gestão corrente no início do mês de Fevereiro, tal como aconteceu já com diversos espaços museológicos do país, incluindo os caldenses Museu da Cerâmica e Museu de José Malhoa.
À Gazeta das Caldas a ainda directora do Museu Dr. Joaquim Manso admitiu que já era esperada esta decisão por parte do director do Instituto dos Museus e da Conservação (IMC), dado que se encontra a decorrer o processo de reorganização das entidades responsáveis pelos espaços museológicos. Dentro de pouco tempo, o IMC, o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico e a Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo vão fundir-se na Direcção Geral do Património Cultural, estando actualmente a ser redigida a nova lei orgânica que vai definir o funcionamento de cada um dos espaços que até agora se encontravam sob alçada das três entidades.

À frente do museu nazareno há três anos, Dóris Santos vai manter-se nos próximos 90 dias em direcção em gestão. Depois, não sabe qual será o seu destino.
A possibilidade de concorrer de novo ao cargo, quando o concurso público for aberto, não é afastada. Mas “irá haver mudanças significativas ao nível da tutela dos museus”, pelo que “não se sabe qual será o modelo de gestão do Museu da Nazaré”, disse.
Por outro lado, antes de ir para a Nazaré, Dóris Santos esteve 10 anos no Museu de José Malhoa, tempo do qual salienta “um trabalho muito gratificante”. Por isso, admite o regresso às Caldas como “um cenário possível”.
Dos três anos que agora conclui na direcção do Museu Dr. Joaquim Manso a responsável diz ter sido “uma experiência muito positiva”. Entre as metas alcançadas, a directora realça a “dinâmica com a comunidade”, que por diversas vezes foi chamada a envolver-se com as iniciativas do espaço, e a “proximidade com outros museus dedicados à cultura do mar”.
Nos últimos três anos foi ainda apresentado o projecto para as novas instalações do Museu Dr. Joaquim Manso, um edifício moderno assinado por Siza Vieira. O novo espaço, orçado em cerca de seis milhões de euros e que seria edificado no local onde se encontra actualmente o museu (no Sítio), foi apresentado no Verão de 2009, com a promessa de início das obras em 2010 e conclusão em 2012. Mas o agravamento da situação económica e financeira do país obrigou à paralisação do projecto, que ainda não saiu do papel.
Doris Santos garante que “tudo o que podia ser feito antecipadamente, está feito”, nomeadamente os trabalhos de inventário e organização das colecções, fundamentais na preparação da mudança de edifício. Mas ainda não se sabe quando arrancarão as obras, que vão obrigar a que o museu passe a funcionar, temporariamente, num edifício cedido pela autarquia, junto à praia.

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