Museu do Hospital organiza arquivo com apoio da Gulbenkian

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“Arquivo Vivo” é como se designa a exposição que está patente até ao dia 27 de Fevereiro no Museu do Hospital e das Caldas e que mostra os primeiros resultados de um projecto de recuperação e tratamento do arquivo Histórico do Hospital Termal. No futuro pretende-se digitalizar alguns dos documentos mais importantes e que são mais frequentemente pedidos para investigação

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Na inauguração da exposição estiveram presentes responsáveis dos Arquivos de Leiria e de Torres Vedras

“A partir de agora é muito mais fácil consultar o Arquivo do Hospital Termal”. Quem o diz é Dora Mendes, técnica do Museu do Hospital e das Caldas explicando que, desde o passado mês de Maio, decorre naquele espaço museológico um Projecto de Recuperação, Organização, Tratamento Técnico e Informatização do Arquivo Histórico do Hospital Termal Rainha D. Leonor, subsidiado pela Fundação Calouste Gulbenkian.
Esta iniciativa  tem coordenação técnica do Arquivo Distrital de Leiria e a mostra, inaugurada a 4 de Fevereiro, já reflecte o desenvolvimento do projecto e apresenta ao público os resultados obtidos até à data. A inauguração ainda contou com uma conferência com  Acácio de Sousa (director do Arquivo Distrital de Leiria) e Carlos Guardado (director do Arquivo Municipal de Torres Vedras).
A Fundação Gulbenkian financia parte do projecto enquanto que  o Centro Hospitalar Oeste Norte assegura a contratação do técnico da área da arquivo para desenvolver o projecto. Neste momento já se procedeu à separação exacta de cada grupo documental pois “há arquivo do hospital e das várias confrarias e agora será mais fácil chegar ao guia de fundos e saber o que se quer consultar”.
Muitos dos documentos do arquivo do hospital têm 500 anos – o mais antigo é de 1474 – e há vários que necessitam de trabalhos de conservação e restauro. O projecto contempla ainda o acondicionamento de documentos. “Vamos fazer a digitalização de alguns documentos dos sécs. XV a XVII”, contou Dora Mendes acrescentando que nos seleccionados se encontram o Livro do Compromisso e o documentação referente à fundação do hospital. Como também são muito solicitados para consulta é necessário protegê-los por causa da antiguidade que possuem.
A digitalização está incluída no projecto e, no futuro, “poderá dar origem ao lançamento de um CD-ROM com o fundo documental do arquivo”, explicou a responsável acrescentando que também há agora um guia de fundos organizado onde se encontra dividida a documentação.

A guardar as memórias das Caldas e do país por causa do termalismo

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“O Arquivo do Hospital das Caldas é riquíssimo e estamos a colaborar, avaliando o trabalho que está a ser feito”. Palavras de Acácio de Sousa, o director do Arquivo Distrital de Leiria acrescentando que, com este projecto, “estamos a guardar a memória não só das Caldas como do país por causa da História do Termalismo”.
Há uma parte do arquivo do Hospital Termal que está no Arquivo de Leiria já que, em 1910, os bens que pertenciam às casas régias “foram arrolados pelos republicanos e depositados nos arquivos distritais”, explicou o director. Na capital de distrito os investigadores têm documentação a partir da fundação (1497) até aos séculos XVII e XVIII. O trabalho agora feito nas Caldas é pois complementar ao do Arquivo Distrital”, disse Acácio de Sousa. Segundo este responsável, há vários investigadores a trabalhar sobre o espólio caldense.
No Arquivo Distrital de Leiria há também os arquivos paroquiais  e notariais de todo o concelho das Caldas, das confrarias caldenses e ainda de alguns dos jornais da localidade. No arquivo distrital está também  a documentação histórica do governo civil que só perdeu as funções de tutela em relação às autarquias após a revolução de Abril.
“O trabalho em arquivo nunca acaba”, resumiu Acácio de Sousa explicando que esta fase do projecto, apoiada pela Gulbenkian, terminará em Março ou Abril de 2011.
“Arquivo Vivo” vai estar patente no Museu do Hospital e das Caldas até 27 de Fevereiro.

Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt

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