
Cerca de 12 mil pessoas de várias gerações não perderam a oportunidade de ouvir Rui Veloso, no concerto que encerrou a edição deste ano da Frutos. Rui Veloso cantou os seus (muitos) clássicos e, apesar da entrada algo distante, com pouca comunicação, saiu do Parque D. Carlos I sob uma enorme salva de palmas e pedidos de mais músicas.
“A primavera da vida é bonita de viver, tão depressa o sol brilha como a seguir está a chover” cantava Rui Veloso, trauteando “Não há estrelas no Céu” (e não havia!), já no encore do concerto que encerrou a Frutos deste ano. Nessa altura São Pedro decidiu entrar na coreografia e fazer coincidir a letra da música com um pequeno aguaceiro que durou pouco mais do que o tempo desta música, a penúltima, antes do “Anel de Rubi”.
Este último tema foi cantado em acústico pelo artista, mas especialmente pelas cerca de 12 mil pessoas que estavam presentes. No final, uma grande salva de palmas e ainda pedidos de mais canções.
Cerca de uma hora e meia antes, Rui Veloso tinha entrado em palco com três músicos e três cantores no coro e cantado “Já não há canções de amor” e “Porto Covo”. Depois interagiu pela primeira vez com o público: “como é que é pessoal? Está tudo bem? Que espectáculo!”, disse, referindo-se à moldura humana e ao espaço onde decorria o concerto, em pleno Parque D. Carlos I.
Depois veio a harmónica pela primeira vez, em “O prometido é devido”, acompanhado pela plateia e procedido por “Sei de uma camponesa” e “Os velhos do jardim”.
Depois Rui Veloso deu o seu Ar de Rock, com “Ai quem me dera a mim rolar contigo num palheiro”, a lembrar o porquê de ser considerado o pai do rock português. Seguiu-se “Uma trolha d’Areosa”, antes do “Primeiro beijo”, que, cantado pelo público com o artista, levou à seguinte reacção de Rui Veloso: “lindo, lindo! O coro estava magnífico, é uma sensação incrível!”, exclamou, acrescentando: “vamos a outra para vocês cantarem!”. Era o “Porto Sentido”.
Os clássicos continuaram a sair em catadupa, com “Nunca me esqueci de ti”, “Lado Lunar” e, claro, o “Chico Fininho”.
Rui Veloso disse que estava a ser “uma noite fantástica nas Caldas”, mas confessou estar com algumas dores, ainda que tenha regressado ao palco para o encore.
UMA NOITE DE MEMÓRIAS
A caldense Paula Capinha adorou o concerto. “Foi muito bom, eu não sou muito conhecedora, mas aprecio-o muito como cantor, mas especialmente enquanto músico e gostei muito dos solos que fez na guitarra e na harmónica”, disse. Paula Capinha contou à Gazeta das Caldas que gosta muito de todas as canções, mas a “última, em que cantámos todos, teve um ambiente muito giro!”. A caldense elogiou ainda a organização da feira, salientando que “o espaço é magnífico”.
De um pouco mais longe, de Lisboa, veio José Eduardo, que decidiu vir de propósito para este concerto. “Achei espectacular, sou fã de música portuguesa e o Rui Veloso é um músico inconfundível”, afirmou.
O lisboeta, que, desde que a Frutos regressou, tem vindo todos os anos à feira, admitiu que alguns destes clássicos fazem parte da sua vida e trazem boas memórias, mas preferiu não destacar nenhum momento do concerto. “Todo o espectáculo está bem concebido”, resumiu José Eduardo, elogiando a organização da Frutos. “Parabéns às Caldas e a quem promove estes eventos, deve dar-se continuação e promover a música portuguesa”, afirmou.































