Misericórdia de Lisboa admite pagar todo o restauro do Santuário do Senhor da Pedra

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Pedro Santana Lopes no interior do Santurário do Senhor da Pedra

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa vai custear a primeira fase das obras de restauro do Santuário do Senhor da Pedra (no valor de 260 mil euros), mas o seu provedor, Pedro Santana Lopes, admite vir a colaborar no financiamento das fases seguintes. A intervenção tem um custo total de 1,5 milhões de euros.

O acordo tripartido entre a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Câmara e Paróquia de Óbidos para a primeira fase das obras foi assinado no passado dia 27 de Novembro podendo os trabalhos começar ainda este ano.
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa assumiu, para já, os custos da primeira fase da recuperação do Santuário, orçada em 260 mil euros.
O Santuário do Senhor da Pedra foi construído com as esmolas e donativos de D. João V, monarca que também mandou edificar a Capela de S. João Baptista, no Museu de S. Roque, propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Este o elo de ligação que o provedor da Santa Casa, Pedro Santana Lopes, destacou para justificar o apoio na recuperação do templo oitocentista.
A primeira intervenção será sobretudo estrutural e consiste em estancar infiltrações, tratar da parte da cobertura, janelas e pórticos do templo. E, com esta fase garantida, as entidades vão solicitar aos técnicos para delimitar em que consistem as seguintes. “A Santa Casa gostará de se associar também à próxima fase”, disse Santana Lopes, que entende que é do interesse de todos que “a recuperação tem que ir até ao final, aproveitando esta convergência de vontades”.
A primeira fase deverá demorar perto de um ano porque tem técnicas de limpeza morosas, para evitar a degradação da pedra. As pinturas exteriores acontecerão numa segunda fase, terminando a obra com a recuperação de telas e de outros elementos patrimoniais.
Este apoio surge integrado no fundo Rainha D. Leonor, criado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa em 2014 e que este ano já disponibilizou 4,1 milhões de euros para 16 obras de misericórdia espalhadas por todo o país. Pedro Santana Lopes ainda não sabe o orçamento do fundo para o próximo ano, mas diz que será superior aos cinco milhões de euros.
A câmara de Óbidos tinha começado por candidatar um milhão de euros de fundos comunitários para recuperar o santuário, mas o facto de não estar classificado como monumento nacional, impediu a obtenção da verba. Entretanto, em Março deste ano, celebrou um protocolo com a Orquestra Metropolitana de Lisboa para a realização de uma Temporada de Música na igreja, sensibilizando também para a necessidade de conservação do imóvel.
Humberto Marques dirigiu-se a Pedro Santana Lopes como um “amigo de Óbidos”, tendo em conta que foi durante a sua vigência como secretário de Estado da Cultura que, na década de 90, foram feitas obras no santuário.
O autarca informou ainda que o município tem apoiado outras intervenções no património eclesiástico, e que ao abrigo de um protocolo com a Igreja, pintou todos os templos de Óbidos e fez uma candidatura a fundos comunitários que contempla a reparação dos pórticos da Igreja de Santa Maria.

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