Malhoa lotado para ouvir os coros a entoar canções dos Reis

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Quatro coros da cidade trouxeram música e alegria ao museu do pintor caldense, celebrando, assim, o Dia de Reis

O Museu de José Malhoa abriu portas, a 7 de janeiro, para o habitual Concerto de Reis. A Sala Malhoa esteve completamente lotada, sobretudo de familiares e amigos dos muitos coralistas que atuaram na tarde do passado sábado, numa organização do museu e da Liga dos Amigos.
“Este é o primeiro sábado do ano e é importante começar o ano com arte e cultura”, disse Nicole Costa, a diretora do Museu, que, tal como a representante da Liga dos Amigos, Eugénia Oliveira, fez votos de um bom 2023 a todos os presentes. na iniciativa
O primeiro grupo a atuar foi o Coro Infantil do Conservatório das Caldas. Os vinte “mini-coralistas” trouxeram os temas “Vê o girassol” e “Eu tenho um amigo”, ambas de Margarida Fonseca Santos. Também interpretaram um tema de Fernando Lopes Graça, sobre o vento e a chuva e que já tinha feito parte de um espetáculo que o Conservatório organizou sobre o Tempo.
Muito aplaudida foi, também, “Canção à espera de palavras”, que resultou de um projeto do compositor e pianista Mário Laginha em que este convidava os alunos de escolas de todo o país a criarem uma letra para esta sua melodia.
E foi o que fizeram os alunos do Conservatório das Caldas, que a deram a conhecer neste Concerto de Reis, coordenado pelos docentes Márcia Santos e Fábio Guia (piano), que informaram que nos planos deste coro infantil está a participação nas atividades da própria escola de música.
A segunda atuação da tarde coube ao Orfeão Caldense, que já soma 88 anos de existência. Liderado por Ruth Horta, o grupo trouxe canções que ensaia às quartas-feiras à noite, no espaço da Biblioteca. Começou pelas “Boas Festas” da Beira Baixa, “A noite de Natal”, um tema típico de Castelo Branco. Entre outras, foram entoadas canções natalícias do Fundão e um outro tema de Elvas. Por fim, ouviu-se “A linda Noite de Natal”, um conhecido tema do Algarve.
“Apostamos, sobretudo, na interpretação de temas da música popular portuguesa e quase que demos a volta ao país”, referiu a maestrina, que gostava de no futuro ter mais coralistas no Orfeão e que crê que a próxima atuação do grupo seja por altura do 25 de Abril.
O Coral das Caldas da Rainha interpretou duas peças do século XVI, uma em latim e uma outra em italiano. Vinte elementos deste grupo entoaram também uma cantiga de Reis, descoberta pelo etnomusicólogo José Alberto Sardinha, nos anos de 1980, em Peniche. Este autor foi responsável por uma recolha de temas da Estremadura. Uma das mais aplaudidas foi a canção “Batuque natalino do menino só”, uma peça da compositora brasileira Ana Yara Campos, cheia de ritmo e que trouxe notas de rap ao concerto.
“Gostaríamos de ter mais jovens a entrar para o coro”, disse Joaquim António Silva, recordando que o grupo ensaia às terças feiras, das 21 às 22h30, no auditório da Escola Bordalo Pinheiro. O Coral das Caldas, que voltará a atuar no 25 de Abril, quer organizar o Encontro de Coros, na cidade, algo que deixou de se fazer por causa da pandemia.
O Concerto de Reis foi encerrado com a atuação do Coro da Casa do Pessoal do Hospital das Caldas, que trouxeram alegria e ritmo, entoando várias canções de música portuguesa bem diferentes entre si. “Chora Carolina”, “Barco Negro” e “Pronúncia do Norte”, canção que une os GNR com Isabel Silvestre. Este grupo, liderado pelo enfermeiro Júlio Branco, fez 20 anos em 2021 mas não foi possível celebrar a data. Querem regravar algumas das suas canções e celebrar condignamente este aniversário com a realização de um espetáculo.
Também está previsto participarem no Encontro de Grupos Corais dos Hospitais, que está agendado para o mês de maio na Galiza. ■

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